Um projeto inovador selecionado pela Iniciativa Amazônia+10 vai transformar o uso de alimentos nativos no Mato Grosso. Com foco no aproveitamento de frutos, raízes e tubérculos da Amazônia Legal, a proposta une ciência e tradição para combater a fome, valorizar culturas indígenas e impulsionar a bioeconomia.
Aprovado entre 22 iniciativas de um total de 191 inscritas, o projeto integra um pacote que receberá R$ 76 milhões em investimentos. A ação será implantada na Terra Indígena Tirecatinga, em Sapezal (MT), onde vivem comunidades das etnias Terena, Paresí, Nambikwara, Manoki e Rikbaktsa.
A iniciativa quer resgatar conhecimentos alimentares ancestrais e fortalecer cadeias produtivas locais com base na sociobiodiversidade. Serão feitas expedições científicas para mapear espécies utilizadas, analisar composição de alimentos e explorar o potencial de raízes e farinhas típicas.
Além das pesquisas, o projeto prevê oficinas e capacitações com foco em práticas sustentáveis e saudáveis de alimentação. A proposta também promove o protagonismo indígena, com a inclusão de representantes das comunidades na equipe técnica e nas decisões do processo.
As ações incluem comunicação participativa, divulgação científica e estratégias para desenvolver soluções comunitárias de uso sustentável dos recursos florestais. A meta é gerar renda, preservar culturas e melhorar a segurança alimentar nos territórios indígenas do Mato Grosso.