Conforme Valverde, a intenção é criar uma rede de apoio com frigorífico, abatedouro e garantia de venda, a exemplo do que ocorre nos ramos de avicultura e suinocultura. “Nesse momento estamos visitando os municípios e apresentando o projeto para ver se há interesse”, explica. Caso houver interesse, a intenção é viabilizar a produção por meio de um consórcio de municípios, como já ocorre na área da saúde (Consórcio Vale do teles Pires) e de desenvolvimento econômico (Cidesa).

Valverde destaca que a piscicultura traz várias possiblidades, uma delas é o fato de que o pequeno produtor pode agregar o pescado com as outras culturas da propriedade aumentando a geração de renda. “É possível ter uma boa produção com uma lâmina de água de 3, 5 hectares, no máximo 10 hectares, o que torna a piscicultura viável para a agricultura familiar que trabalha em menor escala”, frisa.

O secretário-adjunto de Estado explica que o Mato Grosso já foi o maior produtor nacional de pescado de água doce em 2013 e 2013, chegando a 75 mil toneladas/ano. Contudo, com a criação de espécies como a tilápia em outros estados, a produção baixou para as atuais 35 mil toneladas/ano. “Mato Grosso só liberou licenças ambientais para a produção de tilápia em 2019, o que gerou o déficit de produção em relação à São Paulo, Paraná, Rondônia e Tocantins”, detalha.

Lincoln lembra que justamente nos anos de 2013 e 2014, Sorriso foi o maior produtor nacional de pescado de água doce, quando o Município manteve-se como líder entre os municípios brasileiros produtores disponibilizando 21 mil toneladas do produto no mercado. Para Lincoln, investir na piscicultura nesse momento é uma forma de ampliar a rede produtiva familiar.

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Já pensando nisso, em fevereiro o Município criou o Conselho Municipal de Piscicultura que busca reunir grandes e pequenos produtores em uma pauta única. “Precisamos que aja essa união para o suporte necessário e também a segurança de venda”, salienta o adjunto da SAMA, Márcio Khun ao destacar que o Município conta com 120 reservatórios instalados em pequenas propriedades rurais em que são produzidos peixes de várias espécies. Os reservatórios foram construídos em parceria pela SAMA com os produtores rurais. “Além de produzir peixes, os reservatórios dão suporte para que os produtores possam cultivar os hortifrútis hoje já comercializados por eles nas feiras municipais, por exemplo”, pontua.

“Fomentar novas possibilidades produtivas para a agricultura familiar é um dos desafios propostos pelo prefeito Ari Lafin. E a equipe da SAMA está empenhada nisso, estamos abertos e buscando alternativas viáveis”, destaca Lincoln.