Sindipetróleo contesta promessa de redução no preço da gasolina com aumento de etanol na mistura

Fonte: CenarioMT

Posto de combustível
José Cruz/Agência Brasil

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo-MT) divulgou um posicionamento oficial nesta semana contestando a recente iniciativa do governo federal sobre o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina — de 27% para 30% — com a intenção de impactar direto na redução do preço ao consumidor final.

De acordo com a entidade, a estimativa divulgada de que a mudança resultaria em queda de até R$ 0,11 por litro não corresponde à realidade do mercado. O impacto real, segundo o Sindipetróleo e a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), seria de no máximo R$ 0,02 por litro — uma diferença significativa em relação à expectativa criada.

As entidades ressaltam que apoiam medidas de descarbonização e a transição energética, mas cobram responsabilidade na forma como essas ações são comunicadas à população. “É preciso mais verdade e menos maquiagem”, alerta o presidente do Sindipetróleo-MT, Claudyson Martins, o Kaká. Ele afirma que a simples elevação da proporção de etanol na gasolina não representa alívio real no bolso do consumidor.

O comunicado também destaca que o etanol possui menor rendimento energético em comparação à gasolina, o que, na prática, leva o motorista a abastecer mais vezes e gastar mais ao longo do mês. “Mais etanol significa maior consumo e, consequentemente, mais custo para o consumidor”, reforça a nota.

No caso do óleo diesel, o aumento da mistura de biodiesel de 14% para 15% tende a gerar acréscimo no preço, estimado em até R$ 0,02 por litro, conforme apontam os dados técnicos apresentados pelas entidades.

O Sindipetróleo lembra ainda que o setor de combustíveis opera sob regime de preços livres, e os postos revendedores são impactados diretamente pelos valores praticados pelas distribuidoras — que, por sua vez, sofrem influência de uma série de fatores, como câmbio, cenário internacional, custos de importação, preço dos biocombustíveis e créditos de descarbonização (CBIOs). Tanto o sindicato quanto a federação reiteram que não possuem qualquer ingerência sobre os preços, margens ou estratégias comerciais do setor.

Para a entidade, o verdadeiro entrave para a redução do custo dos combustíveis está na carga tributária. “Hoje, os impostos representam cerca de 35% do preço da gasolina. Reduzir imposto é a única medida realmente efetiva, honesta e transparente para aliviar o bolso do brasileiro”, conclui Claudyson Martins.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT