REM MT e sua relação com os povos indígenas é objeto de estudo de mestrado internacional

Bióloga alemã, Jill VoelKel está elaborando uma tese de mestrado, em que analisa a participação indígena dentro do Subprograma Territórios Indígenas (STI) do REM Mato Grosso

Fonte: CenárioMT com Marcio Camilo REM MT/SEMA-MT

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Como os espaços participativos podem ajudar na justiça ambiental aos povos indígenas? Essa é uma das questões que levou a bióloga alemã, Jill VoelKel, a estudar o Subprograma Territórios Indígenas (STI) do REM Mato Grosso. No momento, ela está elaborando uma tese de mestrado, em que analisa a participação indígena dentro do subprograma.

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Foto: Divulgação

“Mais especificamente, isso significa que estou analisando o processo de consulta na construção do subprograma e a atual estrutura de governança participativa do programa para entender como os processos participativos dentro do subprograma REM MT influenciaram as questões de justiça ambiental para os povos indígenas em relação ao manejo de áreas florestais no Mato Grosso”, ressalta.

Jill é pesquisadora da Radboud University (Holanda). Seu trabalho está hospedado pela cooperação técnica internacional GIZ [da Alemanha]. No mês de julho, ela esteve em Cuiabá, durante a 7ª Reunião de Governança do Subprograma STI, para entender melhor como funciona a lógica de construção de governança do STI e suas relações internas de poder. Em três dias de evento, com o seu notebook, ela anotou tudo o que pôde, sempre atenta aos debates dos membros da Governança, que é composta por indígenas, de diferentes regiões do Estado, pela coordenação do REM MT; e por diferentes atores institucionais, das esferas de poder estadual e federal.

Chamou a atenção

Ela conta que a experiência de governança indígena do REM MT lhe chamou muito a atenção, principalmente por sua elaboração ter respeitado os requisitos da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre os direitos dos povos indígenas, participação e consentimento livre, prévio e informado.

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“Achei o programa REM MT por causa do envolvimento da GIZ e achei um caso realmente interessante de estudar devido à natureza do mecanismo REM como um mecanismo REDD+ [Reduzindo as Emissões geradas com Desmatamento e Degradação Florestal nos Países em Desenvolvimento] e a abordagem participativa do Subprograma Territórios Indígenas. De fato, fui especialmente pega pelo processo de consulta que aconteceu durante a criação participativa do programa”, reforça a pesquisadora.

Ela enfatiza ainda que a experiência do REM MT é um processo “realmente interessante de se aprender”, que vai ao encontro do objetivo geral de sua pesquisa, que é compreender melhor como os processos participativos podem contribuir para uma implementação mais efetiva dos mecanismos de governança ambiental.

“Mais especificamente, analisando o caso do subprograma de TI do REM MT, pretendo entender como formas de poder e espaços de participação estão interligados dentro da governança florestal e que espaços de mudança estão disponíveis para fortalecer ainda mais as preocupações de justiça ambiental para os povos indígenas, ao mesmo tempo em que se intensificam os esforços de conservação”, detalha Jill.

Por fim, ela destaca a importância da sociedade ocidental dialogar melhor com os povos indígenas, principalmente do ponto de vista de preservação ambiental.

“Durante meus estudos de mestrado, percebi então que quando se trata da conservação de áreas florestais, é crucial incluir vozes indígenas. Os povos indígenas desempenham um papel importante na conservação de áreas florestais ao redor do mundo, pois os territórios indígenas têm historicamente experimentado menos desmatamento em comparação com outras áreas florestais no mundo e possuem áreas com altos níveis de biodiversidade conservada”, avalia.

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.