Os contribuintes de Mato Grosso e de todo o Brasil terão de dedicar, em média, até o dia 29 de maio de 2025 de seus dias de trabalho exclusivamente para saldar suas obrigações tributárias. Essa é a principal constatação do novo estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que analisou a incidência de impostos, taxas e contribuições sobre renda, consumo e patrimônio no país. O levantamento revela que a carga tributária efetiva para este ano atingirá 40,82%, o equivalente a 149 dias de trabalho dedicados apenas ao pagamento de tributos.
A análise do IBPT mostra que o peso dos tributos na vida do brasileiro se mantém em patamares elevados, com poucas variações ao longo dos anos. Para se ter uma ideia, em 2003, esse percentual era de 36,98%, chegando a superar os 41% em diversos momentos da década passada.
Em 2025, os 149 dias necessários para quitar as obrigações fiscais equivalem a quase cinco meses completos, repetindo o número de dias do ano anterior – mesmo considerando que 2024 foi um ano bissexto. Este período foi marcado pela reoneração da folha de salários e pelo aumento recente do ICMS em dez estados.
Cenário em Mato Grosso e a composição da carga tributária
Para os mato-grossenses, o cenário não é diferente. De 1º de janeiro a 27 de maio deste ano, a arrecadação gerada pelo pagamento de impostos em Mato Grosso já somava R$ 23,68 bilhões. Esse valor representa um aumento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o painel do Impostômetro registrou R$ 21,68 bilhões.
O IBPT detalha a composição da carga tributária em relação ao rendimento médio do contribuinte, evidenciando que os impostos sobre o consumo continuam sendo os mais impactantes para a população: eles representam 22,73% da renda no período pesquisado, o que se traduz em 83 dias de trabalho. Já os tributos sobre a renda – como o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) – consomem 15,06% da renda, o equivalente a 55 dias. Por sua vez, os impostos sobre o patrimônio, como IPTU, IPVA, ITCMD e ITBI, representam 3,03% da renda e demandam 11 dias de trabalho. Somados, esses tributos totalizam os 40,82% e os 149 dias.
O estudo também oferece um recorte por faixa de renda. Cidadãos com rendimentos mensais de até R$ 3.000 trabalham até o dia 29 de maio para pagar seus tributos, assim como quem tem renda média de R$ 6.500. Aqueles que recebem entre R$ 3.000 e R$ 10.000 (a classe média) trabalham até o dia 22 de maio. Por outro lado, os contribuintes com rendimentos superiores a R$ 10.000 precisam trabalhar até 5 de junho, devido à maior incidência de Imposto de Renda sobre seus ganhos.