A produção de café em Mato Grosso segue em crescimento, especialmente nas regiões noroeste e norte. Em Juína, um baiano que trabalhava na construção civil decidiu recomeçar há oito anos, investindo na lavoura sem qualquer conhecimento prévio. Hoje, Carlos Jair Pereira Rocha comemora colheitas expressivas e novos planos para sua propriedade.
Vindo de São Gabriel, na Bahia, ele aceitou o convite da família para tentar a vida em Juína. O início foi desafiador, com cinco mil pés de café plantados e sem experiência no cultivo. A virada veio com o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso, que ofereceu orientações sobre adubação, poda, irrigação e uso de tecnologias.
Em 2022, os atendimentos do ATeG Cafeicultura começaram na Chácara do Barulho, no Distrito de Terra Roxa. Segundo o técnico Davi Gomes Ferraz, além de melhorias no manejo, foram implantadas caixas de abelhas para potencializar a polinização. O resultado foi uma colheita de 160 sacas por hectare no ano passado, marca que deve se repetir mesmo com uma seca prolongada.
O distrito conta com clima favorável, registrando cerca de dois mil milímetros de chuva anuais e solo com até 60% de argila. A cafeicultura na região de Juína também se fortaleceu com a introdução do café clonal, mais produtivo e adaptado. Hoje, o programa atende 29 produtores no Distrito de Terra Roxa e deve incluir mais 30 na próxima etapa.
Segundo a supervisão regional do Senar, o cultivo de café avança inclusive para áreas da BR-163 e Tangará da Serra. Os produtores assistidos também recebem apoio na gestão, aprendendo a calcular custos e rentabilidade para planejar novos investimentos de forma segura.
Animado com os resultados, Carlos Jair planeja plantar mais cinco mil pés em 2025 e outros cinco mil em 2026. Ele se declara realizado ao ver o crescimento do cafezal e afirma que não mudaria nada em sua escolha de ter apostado na cultura do café.