Prefeito diz que negacionismo atrapalhou e teve de “administrar sistema nervoso”

Fonte: RDNEWS

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O agravamento dos casos de Covid-19 (que já passa de 41 mil infectados e 1,4 mil mortos no estado), chegou a ser desacreditada pela população de Sorriso (400 km de Cuiabá). Foram 41 dias desde o primeiro caso no país até um morador do município testar positivo e muitos chegaram a duvidar da gravidade do vírus, segundo o prefeito Ari Lafin (PSDB), que considera o maior desafio “ter que administrar o sistema nervoso das pessoas”.

O tucano diz estar preocupado com os impactos econômicos, pois a crise já levou ao fechamento de 20% dos pequenos comerciantes. Para evitar o lockdown por medida judicial, buscou diálogo com Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria e determinou toque de recolher das 22h às 5h.

Hoje são 1.547 casos e 31 óbitos em Sorriso, mas o prefeito considera que há mais de mil pessoas curadas e a situação está controlada. “A população não acreditava no vírus, tivemos 41 dias até o primeiro caso. Fui chamado de louco, que só gastava dinheiro à toa e agora são várias questões e ainda temos que administrar o sistema nervoso das pessoas”, disparou em entrevista ao RDTV na quinta (23).

A rede de saúde, assim como em outros lugares, precisou ser redesenhada par atender à população e o prefeito conta que chegou a ouvir médicos quanto à distribuição de medicamentos, entre eles a polêmica cloroquina. “Decidimos que os médicos que não se sentiam seguros para receitar cloroquina, não iriam na linha de frente de atendimento aos casos de Covid, foram remanejados para outras unidades”.

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Considera também que a crise é grave, mas que a situação tem sido controlada “dentro do possível”. Sua maior preocupação pós-pandemia é com a economia. Lembrou que o início dos casos coincidiu com o das maiores colheitas de milho, sendo Sorriso polo da produção agrícola do norte do estado.

Aproveitou ainda para responder à críticas do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM), que cobrou do agronegócio maior participação em doações e ajuda para a população durante a crise. O parlamentar considera que o setor tem feito pouco, sendo um dos que mais tem lucrado mesmo com a pandemia.

“Eu não concordo com o deputado, o agro ajuda muito, principalmente criando empregos”, disse ao mesmo tempo em que revelou que mais de 20% dos pequenos comerciantes do município já fecharam as portas, desde o início da crise e a situação ainda deve se agravar com o crescimento dos casos.