Polícia desarticula rede interestadual com golpe do falso intermediário

Operação Strick mirou criminosos em Cuiabá e Várzea Grande que aplicavam fraudes em diversas regiões do país.

Fonte: CenárioMT

Polícia desarticula rede interestadual com golpe do falso intermediário
Polícia desarticula rede interestadual com golpe do falso intermediário - Foto: PJC

As Polícias Civis de Mato Grosso e Rio Grande do Sul deflagraram nesta terça-feira (10) a Operação Strick, com foco em desmantelar uma rede criminosa especializada no golpe do falso intermediário. Ao todo, foram cumpridas 34 ordens judiciais, sendo 24 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária, nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.

As investigações, que duraram cerca de um ano, tiveram início no Rio Grande do Sul com apoio das Delegacias Especializadas de Estelionato de Cuiabá e Várzea Grande. Conforme apuração da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, os criminosos atuavam com fraudes digitais em negociações de compra e venda, principalmente de veículos, enganando tanto compradores quanto vendedores com falsas promessas de intermediação.

O golpe consistia em simular a posição de intermediário legítimo, se passando por representante de um amigo, parente ou funcionário. Os estelionatários ofereciam valores diferentes às partes envolvidas, e quando o pagamento era efetuado, o valor era enviado para contas dos golpistas, que desapareciam com o dinheiro.

Segundo as autoridades, moradores da região metropolitana de Porto Alegre foram os principais alvos, com destaque para a cidade de Canoas, onde o prejuízo estimado ultrapassa os R$ 300 mil. Uma vítima do Pará também foi identificada, tendo sofrido perdas de R$ 150 mil durante a suposta negociação de bovinos.

Ao todo, 60 policiais civis dos dois estados participaram da ação, com suporte técnico da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado ao Ministério da Justiça. A Polícia Civil do Pará também integrou a operação, cumprindo dois mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em MT.

O crime é sofisticado e dá às vítimas uma falsa sensação de segurança. Por isso, negociações devem sempre ser verificadas cuidadosamente, de preferência de forma presencial”, alertou a delegada Luciane Bertoletti, responsável pela investigação no RS. Para o delegado Cristiano Reschk, a ação conjunta reforça a importância da cooperação entre instituições no enfrentamento ao crime virtual.

O nome da operação, “Strick”, faz alusão à palavra inglesa “strike”, que remete a golpe ou ataque. A escolha sugere uma resposta coordenada e contundente das forças policiais frente às fraudes interestaduais.