A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta quinta-feira (21) a Operação Ludus Sordidus, que resultou no cumprimento de 38 ordens judiciais contra uma facção criminosa altamente estruturada. O grupo é investigado por tráfico de drogas, estelionatos, jogos de azar e lavagem de capitais.
As medidas judiciais, expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 de Cuiabá, incluem oito mandados de busca e apreensão, dez prisões preventivas, oito sequestros de imóveis e 12 bloqueios de contas e valores que somam mais de R$ 13,3 milhões. As ações ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande e também em Nova Odessa (SP), com apoio da Polícia Civil paulista e de unidades especializadas do Estado.
A operação faz parte do programa Tolerância Zero do governo estadual e integra o trabalho da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).
As investigações começaram em dezembro de 2023, após a interrupção de uma reunião comunitária no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, quando membros da facção ameaçaram participantes. O episódio, de caráter político, levou à instauração de inquérito pela GCCO/Draco, que identificou a atuação do grupo em bairros como Osmar Cabral e adjacências.
Entre os investigados está um dos líderes, que se apresentava como dirigente de time de futebol amador e promotor de ações sociais. Na prática, controlava atividades ilícitas, recebendo lucros de apostas ilegais, tráfico de drogas e golpes virtuais. Outro integrante, influencer de Várzea Grande, ostentava luxo em redes sociais e foi preso por tráfico. O grupo utilizava laranjas para ocultar patrimônio e possuía imóveis e veículos de alto valor incompatíveis com renda lícita.
O nome Ludus Sordidus, em latim “Jogo Sujo”, reflete a contradição entre a imagem pública de líder esportivo e a realidade de comando criminoso exercida nos bairros dominados pela facção.