A Polícia Federal realizou uma operação nesta quinta-feira (15) para desmantelar uma rede criminosa ligada ao garimpo ilegal em território indígena situado entre Rondônia e Mato Grosso. A ação, batizada de Olhos Fechados, teve como foco crimes ambientais, usurpação de bens da União e associação criminosa. A iniciativa contou com o suporte do Ibama e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
As investigações tiveram início após uma fiscalização na Terra Indígena Sete de Setembro, onde agentes federais relataram resistência por parte de lideranças locais. Conforme a apuração avançou em 2024, surgiram indícios de envolvimento de caciques na facilitação da atividade garimpeira ilegal. Há suspeitas de que os lucros obtidos com a extração clandestina de minérios estariam sendo parcialmente repassados a membros da comunidade, o que dificultava o trabalho das autoridades.
Segundo a PF, lideranças teriam recebido vantagens financeiras em troca de omissão, permitindo a continuidade do garimpo mesmo diante das ações de fiscalização. Essa conduta teria comprometido a coleta de provas e a repressão efetiva do crime.
A operação resultou no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, sendo dois deles contra lideranças indígenas. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Única da Justiça Federal de Juína, no Mato Grosso. Duas pessoas seguem foragidas.
Durante a ação, também foi registrada uma prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e cumprido um mandado de prisão já registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
A Polícia Federal segue com as investigações para identificar todos os envolvidos na organização criminosa que atua dentro do território indígena. O caso evidencia os desafios na proteção de áreas vulneráveis e reforça a urgência de ações coordenadas para coibir o garimpo ilegal em Mato Grosso.
