Pequenos agricultores que vivem no Assentamento Bezerro Vermelho, em Tangará da Serra, Mato Grosso, vão receber apoio para recuperar áreas de suas propriedades que estão degradadas. O objetivo é que eles consigam regularizar a situação ambiental de suas terras.
Técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), junto com especialistas do Serviço Florestal Brasileiro e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (ICA), estiveram no assentamento nesta terça-feira (13). Eles foram até lá para dar início a um projeto que vai ajudar esses produtores.
A ideia é que, com esse projeto piloto, 1.300 propriedades rurais consigam fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que 270 hectares de áreas degradadas sejam recuperados em Tangará da Serra. Três assentamentos que fazem parte de um programa do governo federal chamado Crédito Fundiário serão os primeiros a receber essa ajuda. Um projeto parecido também deve acontecer em Barra do Garças (cidade a 510 km de Lucas do Rio Verde).
Segundo Luciane Bertinatto, secretária adjunta da Sema, o governo de Mato Grosso está buscando dinheiro junto a um banco alemão chamado KFW para apoiar ainda mais pequenos produtores na elaboração do CAR e em projetos de recuperação de áreas que precisam ser restauradas, como matas ciliares e áreas de preservação permanente. A visita dos consultores ao assentamento é um passo importante para que essa iniciativa se concretize.
Ela também contou que, em fevereiro, o governo de Mato Grosso, a prefeitura de Tangará da Serra, o sindicato rural da cidade e um instituto chamado PCI (Produzir, Conservar e Incluir) fizeram um acordo para ajudar os pequenos produtores a se regularizarem ambientalmente. Desde então, um grupo de trabalho tem se reunido com essas comunidades para explicar de forma clara as regras do Código Florestal Brasileiro.
Flávio Costa, gerente da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), explicou que 191 propriedades que serão beneficiadas pelo projeto já estão com a situação fundiária regularizada, mas precisam da regularização ambiental para conseguir ter acesso a linhas de crédito. Ele acredita que essa parceria vai ajudar a fortalecer a agricultura familiar na região.
Alcides Venturini, de 62 anos, mora há nove anos em uma pequena propriedade no Assentamento Bezerro Vermelho. Ele cria gado, carneiros e planta milho. Ele veio do Paraná e sempre viveu na zona rural. Antes de chegar a Tangará da Serra, morou 15 anos em Campo Novo do Parecis (cidade a 390 km de Lucas do Rio Verde). Ele disse que sempre gostou de morar no sítio e que sempre sonhou em cuidar da nascente que tem em sua propriedade, mas nunca teve condições para isso. Para ele, receber esse apoio é muito importante, pois assim ele terá acesso às informações necessárias para saber como agir.