Paciente é transferido para Campo Grande por não ter leito de UTI em Mato Grosso

Fonte: REDAÇÃO

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Assessoria

Sem conseguir vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mato Grosso, homem com suspeita de covid-19 foi transferido, na manhã desta quinta-feira (02), em uma UTI aérea do Hospital Municipal de São José do Rio Claro (315 km ao médio-norte de Cuiabá) para Campo Grande (MS).

Segundo o médico Guilherme Weber, o jovem, de 29 anos, teria ingressado na unidade hospitalar na noite de terça-feira (30) com sintomas virais típicos. “O paciente deu entrada com sintomas moderados, como febre e um pouco de dispneia, além de uma escuta pulmonar sugestiva de coronavírus. Ele não apresentava comorbidades associadas (doenças preexistentes), mas teve contato com pessoas infectadas”, relata.

O médico explicou que foi realizado o protocolo de medicamentos, mas, durante a noite, o quadro evoluiu de forma desfavorável e foi necessário fazer mais um suporte medicamentoso e posteriormente a intubação. “Por meio da intervenção da Unimed, conseguimos fazer a remoção do paciente para outro Estado, já que em Cuiabá, Tangará da Serra, Sinop e Sorriso não há vagas imediatas disponíveis em UTI, tanto particular quanto SUS”, destaca.

De acordo com a secretária municipal de Saúde e Saneamento (SESAS), Lilian Tavares, o rapaz trabalha em uma fazenda e recebeu todo o suporte dos responsáveis, que contribuíram com o traslado.

“Essa remoção via aérea ocorreu por meio particular, já que o paciente tem plano de saúde por conta da empresa em que atua, mas essa não é uma realidade da maior parte da população rio-clarense. Os casos de covid são crescentes e a tendência, infelizmente, é aumentar os casos confirmados na cidade”, lamenta.

A gestora alerta sobre as medidas preventivas para evitar transmissão por coronavírus entre os moradores.

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“Ver uma cena desta é muito triste e não queremos que aconteça com outras pessoas. Insistimos que somente a prevenção pode evitar a contaminação e isso inclui o uso correto de máscara facial, higienização de mãos, ambientes e equipamentos e, principalmente, manter o distanciamento social”, finaliza.

UTI AÉREA

A empresa cuiabana Abelha, que prestou o atendimento na Unidade de Terapia Intensiva Aérea utilizou um jato Piper Aircaft, modelo Cheyenne IA, que é um bimotor turbo-hélice pressurizado. O avião prefixo PT-BIZ dispõe de autonomia de até 5h30 e capacidade para cinco passageiros.

O comandante da aeronáutica, Rafael Contini, revelou que tem ocorrido até sete transportes de pacientes com suspeita de covid por dia e que as medidas de assepsia são extremas para garantir a segurança sanitária dos usuários.

“Além do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), é feita a desinfecção completa do avião com ozônio, tanto no interior quanto na parte externa, resguardando a aeronave por, pelo menos, 24 horas. Seguimos todos os procedimentos para evitar qualquer tipo de contaminação e preservar as vidas embarcadas”, conclui.

Nesse caso específico, destaca-se a rápida ação conjunta dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento (SESAS), do Instituto Social Saúde Resgate à Vida (ISSRV), Unimed e, principalmente, dos responsáveis pela Fazenda em que o rapaz atua e que se prontificaram em prestar os primeiros atendimentos.

O quadro clínico do paciente ainda não foi revelado após seu transporte viário ao município de Campo Grande.