Operação em Nova Maringá apura invasão e vazamento de vídeo íntimo

A Polícia Civil apreendeu três celulares na quinta (16) em Nova Maringá. Vídeo envolvendo o padre e uma jovem viralizou; investigação mira atribuições individuais.

Fonte: CenárioMT

Operação em Nova Maringá apura invasão e vazamento de vídeo íntimo
Foto: PJC

Na manhã de 16 de outubro, em Nova Maringá (MT), a Polícia Civil realizou uma operação que resultou na apreensão de três celulares ligados à divulgação de imagens íntimas envolvendo o padre Luciano Braga Simplício, de 39 anos, e uma jovem de 21 anos. A ação foi desencadeada após repercussão local e nacional do vídeo compartilhado nas redes sociais.

Segundo o delegado Franklin Alves, responsável pelo caso, o foco agora é definir quem fez o que — cada investigado poderá responder por crimes distintos: invasão de domicílio, constrangimento ilegal, exposição de imagem íntima e dano psicológico. “Queremos individualizar as condutas,” afirmou, com base em diligências preliminares.

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A investigação aponta que a invasão teria sido promovida por familiares do ex-noivo da jovem, com auxílio de amigos da família. Uma das mulheres presentes teria tentado barrar a entrada, segundo depoimentos iniciais. A polícia aguarda o laudo pericial para identificar quem filmou e divulgou parte das gravações, e trabalha com a hipótese de consumo de bebida alcoólica por parte dos envolvidos antes dos fatos.

Imagens mostram homens arrombando portas do quarto e banheiro da casa paroquial, após o padre se recusar a abri-las. Em seguida, a jovem aparece aos prantos, escondida sob a pia do banheiro. A cidade — com cerca de 5 mil habitantes — foi sacudida pela repercussão. A Diocese de Diamantino (MT), que supervisiona a atuação paroquial, anunciou abertura de uma apuração interna a partir de 14 de outubro.

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Contexto mais amplo e risco de precedentes

Esse caso ganha importância não apenas pela gravidade individual, mas porque entra no bojo de um fenômeno preocupante no estado. Em 2024, Mato Grosso figurou com quatro cidades entre as 50 com maiores taxas de estupro do país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública — com Sorriso ocupando a segunda posição nacional (131,9 casos a cada 100 mil habitantes). MT teve taxa de 70,8 casos por 100 mil habitantes, ficando em 6º lugar entre todos os estados.

Por isso, a apuração deste episódio ganha papel simbólico: se os envolvidos forem condenados, pode abrir precedentes em casos que envolvem exposições íntimas, criados, muitas vezes, em ambientes de convívio familiar ou próximo. Vale lembrar que o Art. 218-C do Código Penal condena a divulgação de cena de sexo sem consentimento — enquadramento provável aqui.

Além disso, nas estatísticas regionais de violência contra a mulher, o relatório da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso mostra oscilações por município — reforçando que dados locais são essenciais no mapeamento do perfil criminal.

A partir de agora, a polícia aguarda o resultado da perícia para imputar culpabilidades específicas. O advogado ligado ao ex-noivo declarou que familiares estão colaborando com as investigações. Espera-se, nos próximos dias, o indiciamento formal.

O que observar a seguir: como será tipificada a divulgação — se dano psicológico ou exposição — e se o padre responderá civilmente por omissão de guarda. A condenação pode fortalecer protocolos regionais de proteção à intimidade.

Para denunciar casos semelhantes, procure delegacias especializadas ou o Disque 180 (violência contra a mulher). As informações apresentadas foram confirmadas pela assessoria da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso.

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Um criador de conteúdo e entusiasta de jogos e tecnologia, trabalha como redator no CenárioMT, é analista de TI e game designer no tempo livre.