MT integra campanha nacional de enfrentamento à Sífilis

Quarta campanha do Projeto “Sífilis Não” busca sensibilizar a população, gestores e profissionais de saúde para a prevenção da doença

Fonte: CenárioMT

mt integra campanha nacional de enfrentamento a sifilis
O projeto estará focado em 24 municípios do Estado que dispõem de SAE e onde estão localizados os Escritórios Regionais de Saúde (ERS). - Foto por: Marcos Vergueiro/Secom-MT

O Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), integra a quarta campanha nacional de enfrentamento à sífilis, cujo tema, neste ano, é “Sífilis: Vamos Cuidar Agora”.

A quarta campanha de comunicação do Projeto “Sífilis Não” busca sensibilizar a população, gestores e profissionais de saúde sobre a prevenção da sífilis congênita e transmissão vertical, bem como alertar para a importância da realização do diagnóstico oportuno e tratamento adequado.

O projeto é resultado de uma cooperação técnica entre o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A campanha é realizada em todos os Estados brasileiros. Em Mato Grosso, as servidoras da SES-MT Miriam Freire e Ana Paula Godoy e a professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Franciele Silvia de Carlo, são pesquisadoras do projeto e atuam como impulsionadoras da ação de comunicação.

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O projeto estará focado em 24 municípios do Estado que dispõem de Serviço de Assistência Especializada (SAE) e onde estão localizados os Escritórios Regionais de Saúde (ERS).

A campanha, desenvolvida para a comunicação pela rede social e imprensa, será realizada até dezembro de 2021 e tem o objetivo de estimular o debate sobre a sífilis congênita, seus impactos para a saúde. Portanto, a ação incentiva os municípios a ofertarem testes rápidos à população, distribuírem preservativos e promoverem atividades educativas, com foco no diagnóstico precoce e tratamento oportuno da sífilis adquirida (gestantes e parceiros) e da sífilis congênita.

“Enquanto a sífilis não for vista como um problema social, vamos sempre trabalhar de forma fragmentada. Assim, profissionais de saúde, gestores e sociedade têm um grande desafio em desenvolver estratégias para intensificar as ações de controle e enfrentamento à doença, para a redução dos casos de sífilis congênita”, explica Miriam Freire.

Dados epidemiológicos

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2018, foram notificados 916 casos de Sífilis Adquirida (taxa de detecção 26,6/100.000 habitantes), 917 casos de Sífilis em gestantes (taxa de detecção 15,6/1.000 nascidos vivos), 376 casos de Sífilis Congênita (taxa incidência 6,4/1.000 nascidos vivos) em Mato Grosso.

Em 2019, foram notificados 1796 casos de Sífilis Adquirida (taxa de detecção 51,5/100.000 habitantes), 907 casos de Sífilis em gestantes (taxa de detecção 15,5/1.000 nascidos vidos) e 209 casos de Sífilis Congênita (taxa 3,6/1.000 nascidos vivos) em Mato Grosso. Os dados de 2020 ainda estão sendo finalizados.

Selo de Boas Práticas

O Ministério da Saúde anunciou que os municípios e estados que ainda não atingiram as metas de eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis, mas apresentam indicadores com metas e resultados gradativos de redução de casos, vão receber o Selo de Boas Práticas rumo à Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis.

A ideia, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, é unir esforços para promover o diagnóstico precoce e fortalecer o tratamento de pacientes com a doença.

Atualmente em Mato Grosso, os municípios que estão pleiteando este selo são Rondonópolis, Sinop e Tangará da Serra, que se destacaram por apresentarem redução da taxa de incidência para Sífilis Congênita (SG) abaixo de 2,5/1.000 em nascidos vivos.

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“Estes municípios avançaram nas ações prestadas ao agravo e apresentam grande potencial em alcançar o selo de boas práticas para eliminação da sífilis congênita, pois vem reduzindo as suas taxas de incidências para sífilis congênita. O Ministério da Saúde pactua incidência menor ou igual a 0,5/1.000 nascidos vivos e/ou menor ou igual a 2,5/1.000 nascidos vivos”, explica Cláudia Nazário.

A proposta é sensibilizar os profissionais de saúde para a gravidade do aumento de casos de sífilis, identificar de forma precoce e tratar os casos de sífilis adquirida, em gestante e congênita, além de ampliar o acesso à informação sobre a prevenção, manifestações clínicas e tratamento.

O projeto também busca fortalecer as ações de vigilância em saúde para o controle da sífilis congênita no Brasil, promover uma estrutura tecnológica adequada para aprimoramento da resposta à sífilis por meio de exames laboratoriais e despertar nos públicos o senso de urgência sobre a problemática em torno da sífilis congênita.

Com o objetivo de apresentar a campanha “Sífilis: Vamos Cuidar Agora” e o projeto “Selo de Boas Práticas para a Redução da Sífilis Congênita”, foram iniciadas as tratativas sobre as propostas de ação.

Sobre a sífilis

A sífilis é uma doença silenciosa e de caráter sistêmico. Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por contato sexual. Pode ser transmitida também na gestação ou parto, causando consequências como aborto, natimorto, parto prematuro, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, lesões de pele e malformações, com mortalidade em torno de 40% nas crianças infectadas.

 

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