Ministério Público de Mato Grosso busca impedir cobrança indevida de ICMS sobre energia solar pela Energisa

Fonte: CenárioMT

Ministério Público de Mato Grosso busca impedir cobrança indevida de ICMS sobre energia solar pela Energisa
Ministério Público de Mato Grosso busca impedir cobrança indevida de ICMS sobre energia solar pela Energisa

A batalha judicial entre o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e a Energisa Mato Grosso, referente à cobrança retroativa de ICMS sobre consumidores com produção de energia solar, ganha um novo capítulo.

O processo, que busca impedir a concessionária de cobrar valores retroativos entre 2017 e 2021, foi suspenso para a realização de uma audiência de conciliação.

O MPMT ingressou com uma ação civil pública contra a Energisa, buscando impedir a cobrança retroativa do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) de consumidores que produziram energia solar entre 2017 e 2021.

A concessionária alega que houve uma isenção indevida durante esse período e busca a compensação financeira, o que é contestado pelo Ministério Público.

Suspensão e busca por acordo em Mato Grosso

A Energisa solicitou que o caso fosse encaminhado ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais de Cuiabá (CEJUSC) para uma tentativa de conciliação. O juiz Bruno D’Oliveira Marques acatou o pedido e suspendeu o processo por 15 dias, abrindo espaço para que as partes negociem um possível acordo.

A decisão do magistrado foi clara: “Diante das informações de tentativa de acordo entre as partes, defiro o pedido (…), suspendo o processo pelo prazo de 15 dias, o que faço por convenção das partes, para possibilitar a solução consensual da lide posta em Juízo”.

FACMAT tem pedido negado

A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Mato Grosso (FACMAT) também tentou ingressar na ação, buscando defender os interesses de seus associados. No entanto, o juiz Bruno D’Oliveira Marques indeferiu o pedido.

A justificativa para a negativa foi que o objetivo principal da FACMAT, conforme apresentado em seus documentos, era a suspensão das cobranças tributárias, o que diverge do foco principal da ação movida pelo MP. O magistrado argumentou que a ação civil pública não é o instrumento jurídico adequado para tratar de questões tributárias. “Embora o pleito formulado envolva a defesa dos associados e das normas consumeristas, é evidente que o objetivo de seu ingresso na lide é a suspensão das cobranças tributárias, conforme demonstrado nos pedidos finais da peça apresentada. Contudo, tal objetivo diverge da causa de pedir estabelecida na inicial. Deste modo, considerando que a finalidade buscada pela FACMAT diverge da pretensão autoral e, ainda, considerando não ser cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, indefiro o pedido formulado”, explicou o juiz.

O que isso significa?

A suspensão do processo para conciliação representa uma oportunidade para que MPMT e Energisa encontrem uma solução amigável para o conflito. Se um acordo for firmado, poderá trazer uma resolução mais rápida e possivelmente menos custosa para ambas as partes, além de trazer mais clareza para os consumidores. Caso a conciliação não tenha sucesso, o processo judicial seguirá seu curso normal.

Implicações para os consumidores

Os consumidores que possuem ou possuíram produção de energia solar entre 2017 e 2021 devem acompanhar atentamente os desdobramentos deste caso. A decisão final poderá impactar diretamente suas contas de energia. É recomendável que os consumidores:

  • Acompanhem as notícias: Fiquem atentos às informações divulgadas pela imprensa e pelos órgãos oficiais.
  • Busquem orientação: Procurem informações junto ao Procon e outras entidades de defesa do consumidor para entender seus direitos.
  • Documentem-se: Mantenham em mãos as faturas de energia e outros documentos que comprovem a geração de energia solar no período em questão.

Aguardamos os próximos capítulos desta disputa e o resultado da audiência de conciliação, que poderá definir o futuro da cobrança retroativa do ICMS sobre a energia solar em Mato Grosso.

Sou Dayelle Ribeiro, redatora do portal CenárioMT, onde compartilho diariamente as principais notícias que agitam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Com um olhar atento para os eventos locais, meu objetivo é informar e conectar as pessoas com o que acontece em suas cidades. Acredito no poder da informação como ferramenta de transformação e estou sempre em busca de trazer conteúdo relevante e atualizado para nossos leitores. Vamos juntos explorar as histórias que moldam nosso estado!