Uma investigação da Polícia Civil de Mato Grosso expôs um esquema de corrupção que teria se instalado no coração do poder legislativo da capital mato-grossense. A operação, batizada de Perfídia, revelou indícios de que vereadores teriam negociado apoio à aprovação de um projeto de lei em troca de propina de uma empresa do setor da construção civil.
A ação policial culminou no afastamento cautelar de dois membros da Câmara Municipal, suspeitos de terem exigido uma vultosa quantia em dinheiro para facilitar a tramitação de uma matéria legislativa de interesse da referida empresa. O projeto em questão, aprovado em 2023, permitiu que a prefeitura efetuasse pagamentos pendentes à construtora, responsável por obras importantes na cidade.
As investigações sugerem que o esquema envolveria o pagamento de uma quantia significativa em propina, supostamente destinada a ser dividida entre diversos parlamentares para garantir a aprovação do projeto. A empresa teria efetuado os pagamentos ilícitos na expectativa de ter seus créditos junto ao município quitados.
A operação não se limitou aos membros do legislativo, alcançando também a cúpula da empresa de construção civil, com a decretação de medidas cautelares como buscas, apreensões e bloqueio de bens. A polícia busca agora rastrear o fluxo do dinheiro ilícito e identificar todos os envolvidos na trama de corrupção.
As evidências colhidas até o momento, incluindo movimentações financeiras suspeitas e relatos de testemunhas, apontam para um esquema que teria lesado os princípios da administração pública e da probidade. A investigação segue em curso, com o objetivo de desvendar a extensão da rede de corrupção e responsabilizar todos os envolvidos nesse suposto ato de traição à confiança pública. O nome da operação, Perfídia, alude à quebra de promessa e à ação de enganar, em flagrante desacordo com o esperado de representantes eleitos.