Mato Grosso figura como o oitavo estado brasileiro com o maior número de cavernas catalogadas, totalizando 585 cavidades naturais subterrâneas. Os dados são do Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro, divulgado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), com informações atualizadas de 2023 e 2024 do Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE).
O levantamento nacional aponta a existência de 26.046 cavernas no Brasil, com um ritmo constante de novas descobertas e mapeamentos. Nos últimos 15 anos, uma média de 1.335 cavernas foram cadastradas anualmente no país, evidenciando o crescente esforço na pesquisa espeleológica.
Minas Gerais lidera o ranking nacional com 12.911 cavernas, seguido pelo Pará, Bahia, Rio Grande do Norte e Goiás. Em relação aos biomas, o Cerrado concentra a maior parte das cavernas conhecidas no Brasil. Pantanal e Pampa apresentam um número significativamente menor de registros.
Em Mato Grosso, a maior caverna identificada é a Gruta do Jabuti, localizada em Curvelândia. Tombada como patrimônio histórico em 2014, possui 4 km de extensão e uma idade estimada em mais de 600 milhões de anos. Outras cavernas de destaque no estado incluem a Gruta da Lagoa Azul, em Nobres, conhecida por suas águas cristalinas e formações rochosas, e a Aroe Jari, em Chapada dos Guimarães, com diversas salas e um rio subterrâneo.
As cavernas desempenham um papel crucial nos ecossistemas, sendo responsáveis pela recarga de aquíferos, armazenamento de água, proteção de minerais raros e abrigo de diversas espécies, muitas delas exclusivas desses ambientes. Além disso, guardam informações valiosas sobre a presença humana ao longo de milênios.