Apesar dos esforços para reduzir mortes e sinistros nas vias brasileiras, Mato Grosso aparece entre os dez estados que não têm enviado, de forma regular, informações à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Esses dados são fundamentais para alimentar o Registro Nacional de Estatísticas e Sinistros de Trânsito (Renaest), ferramenta utilizada para o planejamento e execução de políticas públicas eficazes na área da segurança viária.
Sem o envio atualizado das informações, torna-se mais difícil embasar ações com evidências consistentes, o que compromete o desenvolvimento de estratégias que poderiam salvar vidas. Segundo o secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, “com dados consistentes, atualizados, decisões importantes passam a se basear em informações atuais, o que aumenta a efetividade das ações e auxilia na execução das políticas públicas, com impactos diretos na redução de sinistros e de óbitos no trânsito”.
Atualmente, apenas 17 estados estão com os dados em dia no Renaest. Entre os mais pontuais estão Paraíba e Mato Grosso do Sul. Na outra ponta, Rio Grande do Norte é o caso mais crítico, com 36 meses — ou três anos — sem repassar informações ao sistema federal.
O ranking da Senatran, divulgado trimestralmente, busca estimular os estados a cumprirem suas obrigações. Em 2024, começou a ser testada a versão digital do sistema, que integra os bancos de dados do Renavam, Renach e Renainf.
Segundo o Ministério dos Transportes, a defasagem no envio das informações compromete a formulação de políticas mais precisas, atrasando também o diagnóstico das causas dos sinistros e das áreas que mais demandam intervenções. O alerta é claro: sem dados, não há direção segura para as políticas de trânsito.