A Assembleia Legislativa de Mato Grosso sediou uma importante reunião do Grupo de Trabalho (GT) do setor mineral, onde foram discutidas políticas públicas para a exploração de minerais críticos e estratégicos. O encontro, que reuniu especialistas, representantes do setor produtivo e autoridades, focou no potencial de Mato Grosso para a produção das chamadas “terras raras”, essenciais para as novas tecnologias e a transição energética global.
Segundo o professor Francisco Pinho, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o estado possui condições geológicas favoráveis para a presença desses minerais, identificadas desde a década de 1970. Ele ressaltou que, com cada nova descoberta de rochas alcalinas, como as encontradas em Planalto da Serra, cresce a perspectiva de que Mato Grosso se torne uma referência na produção de terras raras, hoje dominada pela indústria chinesa.
O debate na reunião incluiu exemplos práticos de inovação no setor. Na Baixada Cuiabana, um pequeno minerador está utilizando tecnologia limpa, com uma frota de caminhões elétricos e energia solar, o que contribui para a redução de emissões de carbono e torna a atividade mais sustentável.
No entanto, uma das parlamentares do GT, a deputada Sheila Klener, ressaltou que a tecnologia deve ser acompanhada de responsabilidade social. Ela questionou a situação de municípios que mais arrecadam com a exploração mineral, como Nobres, Poconé e Aripuanã, mas ainda enfrentam problemas como fome, falta de saneamento e má gestão de resíduos. Ela defendeu que o governo e os órgãos de controle fiscalizem a aplicação desses recursos de forma adequada.
A vice-presidente do GT, Tais Costa, informou que uma minuta de políticas públicas para o setor será apresentada em setembro. O documento, que está sendo elaborado em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), prevê a realização de audiências públicas em diversas regiões do estado. O objetivo é criar uma política estadual que equilibre desenvolvimento econômico, inovação e sustentabilidade.
O encontro destacou que o futuro econômico de Mato Grosso não se baseia apenas no ouro, mas também na exploração de minerais estratégicos que são cruciais para as transformações tecnológicas e energéticas do século XXI.


















