Maio Laranja mobiliza Lucas do Rio Verde contra o abuso sexual de crianças e adolescentes

Fonte: CenarioMT

lucas do rio verde
(Foto: Ascom Prefeitura/Anderson Lippi)

Com o lema “Faça bonito: proteja nossas crianças e adolescentes”, a Campanha Maio Laranja ganha força em Lucas do Rio Verde com uma série de ações promovidas pela Secretaria de Assistência Social e Habitação e parceiros da rede de proteção à infância. O objetivo é conscientizar a população sobre os graves impactos do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes, que seguem crescendo em números alarmantes no município.

Para a secretária Janice Ribeiro, o Maio Laranja é uma das campanhas mais importantes do calendário social, pois lida com uma das formas mais cruéis de violência. “Toda vez que buscamos os números, nos preocupamos ainda mais. Infelizmente, eles só aumentam. Por isso, nosso papel é levar informação e conscientização à população, para que todos estejam atentos e cuidem mais das nossas crianças”, destaca.

Janice relembra que a campanha tem origem em um crime bárbaro ocorrido em 1973 com a menina Araceli, de apenas 8 anos, sequestrada, estuprada e assassinada, crime que permanece impune. Em 2000, o Maio Laranja foi instituído oficialmente no Brasil como uma forma de manter viva a memória de Araceli e transformar a dor em ação preventiva.

Durante todo o mês, diversas atividades são realizadas em escolas, espaços públicos e projetos sociais. A rede de enfrentamento em Lucas conta com o trabalho articulado do Conselho Tutelar, das forças de segurança, de projetos como o Nós Podemos Nadar e de instituições educacionais e religiosas.

Segundo o conselheiro tutelar Laílson Santos, o número de casos registrados em abril já preocupa. “Trabalhamos com as fichas do SINAN, que nos são enviadas por escolas, hospitais e forças de segurança, e o volume foi grande. Precisamos reforçar a mensagem de que a violência sexual, física e psicológica contra crianças precisa ser combatida com firmeza”, afirma.

Ele esclarece ainda que o papel do Conselho Tutelar não é punir famílias, mas proteger as vítimas e assegurar seus direitos. “Nosso foco é tirar a criança da situação de risco e garantir um ambiente seguro. Por isso é fundamental que professores, vizinhos, familiares ou qualquer cidadão denunciem suspeitas de abuso.”

Entre os canais disponíveis, o Disque 100 é o principal. A denúncia é anônima, funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive feriados. Também é possível buscar apoio diretamente com o Conselho Tutelar ou nos núcleos de atendimento especializados.

Representando o projeto Nós Podemos Nadar, o coordenador Eltron Moreira destacou o papel da sociedade civil como aliada da campanha. “Na última reunião do Conselho, pensamos em como ampliar a mensagem, e decidimos transformar nosso evento de encerramento de maio em uma grande ação de conscientização. Esperamos mais de 1.200 crianças e familiares, e vamos usar esse momento para levar informação e sensibilização”, explicou. O evento acontecerá no dia 31 de maio, na piscina da Escola Vinícius de Moraes, aberto à comunidade.

Para Janice Ribeiro, o combate ao abuso sexual infantil só terá resultados se for assumido por toda a sociedade. “É preciso que as famílias, os vizinhos, as igrejas, as escolas e todos que convivem com crianças estejam atentos. Não podemos permitir que o medo imposto pelos agressores cale nossas crianças. Elas precisam ser encorajadas a pedir ajuda — para um professor, para alguém da igreja, para o Conselho Tutelar. Só assim vamos conseguir, juntos, proteger nossas crianças e adolescentes”, finaliza.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT