Incêndios florestais provocam prejuízos a fauna e flora na região de Lucas do Rio Verde e Sorriso

Animais silvestres foram afetados e não conseguiram fugir dos focos de incêndio

Fonte: Da Redação com João Ricardo

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A fumaça presente no ar de Lucas do Rio Verde e municípios vizinhos é apenas um dos prejuízos provocados pelas queimadas registradas esta semana. A fauna e flora também estão sofrendo danos provocados pelas chamas.

Imagens registradas pelos bombeiros envolvidos nas ações de combate mostram animais que não conseguiram fugir das labaredas. Uma ema que estava numa área da comunidade Morocó não resistiu.

Em entrevista ao CenárioMT, o comandante do Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde, major Alex Queiroz, enumerou várias frentes de combate esta semana. Na terça-feira (17), os militares e a brigada mista atuaram para controlar e extinguir o fogo que destruiu a vegetação nas proximidades do lixão próximo a Fundação Rio Verde. “Demandou uma grande equipe nossa durante praticamente todo o dia, principalmente na parte da tarde”, disse o oficial militar.

Vários focos

Na quarta-feira, os combatentes atuaram em dois incêndios: uma nas imediações da MT 449, próximo a praça de pedágio, e na região da Comunidade Morocó, divisa entre Sorriso e Lucas do Rio Verde.

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O primeiro originou na região do Distrito de Primaverinha, chegou a ser combatido por militares de Sorriso. Contudo, as chamas se propagaram, espalhando-se rapidamente para áreas rurais de Lucas do Rio Verde. “Atravessou o Rio Verde e entrou numa região aqui no município de Lucas do Rio Verde”.

No segundo, que também originou do lado de Sorriso e acabou afetando pequenas áreas de Lucas do Rio Verde. O primeiro foco foi registrado na terça-feira, mas intensificou-se ontem. Militares ainda fazem avaliações nas proximidades de um balneário, pois há indícios de que um pequeno foco permanece no interior da região de mata. “Fizemos o trabalho durante todo o dia, até por volta de 8 horas da noite. Fizemos agora pela manhã uma varredura no local pra verificar qual a situação. E podemos informar que neste momento (final da manhã), tem uma área em região de mata, que ainda está queimando. Tem uma equipe que está lá agora fazendo um aceiro”, detalhou o comandante, ressaltando que um dos proprietários locais disponibilizou uma máquina para esta tarefa. “O objetivo é evitar que esse fogo avance mais ainda”.

Monitoramento

Major Alex Queiroz informou que existem pequenos focos da dentro da mata, possivelmente troncos de árvores que estão queimando e liberam fumaça. Os militares prosseguem monitorando estas áreas com o objetivo de impedir o avanço. O temor é que no período mais quente do dia, o vento possa espalhar fagulhas e fazer surgir novos focos.

“A preocupação é ficar monitorando estes locais. Caso volte esse incêndio, a gente consiga uma efetividade maior, combatendo mais rápido”.

Trabalhador ferido

O comandante informou que desde o inicio dos combates houve o caso de um trabalhador que acabou ferido com queimaduras nas mãos. Major Alex Queiroz pontuou que a guarnição do Corpo de Bombeiros fez os primeiros atendimentos no local e depois encaminhou o trabalhador para o Hospital São Lucas.

Em relação a animais silvestres, o comandante do Corpo de Bombeiros confirmou o registro de vários animais mortos. “E fica a destruição do meio ambiente, da fauna e da flora, prejuízos para os produtores, que tiveram centenas de hectares queimados. É um prejuízo extremamente grande, inclusive pra população, que está sofrendo todos os esses dias com a fumaça”, lamentou.

O Corpo de Bombeiros está fazendo levantamento da área que foi queimada. A primeira estimativa é de que tenham sido afetados, entre lavouras e região de matas, em torno de 4 mil hectares. “Pelas características, só podemos provar através de uma pericia, ao que tudo indica teve início na MT 485, no entroncamento de uma estrada vicinal de uma fazenda no acesso à Morocó. Tudo indica que o ponto inicial foi naquela localidade. Com o vento, veio trazendo para o lado do Rio Verde e da cidade”, sinalizou.

O oficial reforça a necessidade de cuidados redobrados neste período de baixa umidade relativa do ar. “A vegetação, temperatura alta, umidade baixa, muito vento. Qualquer fagulha pode dar início a um incêndio terrível, como esse a gente teve. A gente orienta e pede às pessoas que tomem cuidado”, alertou. “A gente observou que havia muita fumaça e pessoas que insistiam em transitar pela rua com visibilidade praticamente zero. A chance de ter um acidente automobilístico é muito grande. A gente pede para  as pessoas evitarem esses locais”, conclui.

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.