Uma ostentosa apreensão de um iPhone banhado a ouro 24 quilates, avaliado em mais de R$ 60 mil e acondicionado em um estojo de luxo com certificado de autenticidade, marcou a manhã desta terça-feira (29) na capital de Mato Grosso.
O item de luxo foi encontrado na residência de um dos alvos da Operação “Falsus Deviatis”, uma ação conjunta da Polícia Federal (PF), Polícia Civil e Receita Federal que mira um esquema de grande escala de comercialização de produtos eletrônicos falsificados e oriundos de importação clandestina em Cuiabá.
A operação deflagrou um amplo cerco contra o crime organizado, com o cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão, além de ordens judiciais de sequestro de bens móveis e imóveis pertencentes a 17 empresas e três residências ligadas ao esquema.
O balanço da ação revela a dimensão da organização criminosa, com a apreensão de veículos de alto luxo, incluindo modelos esportivos das renomadas marcas McLaren e Lamborghini, cobiçadas bolsas de grifes como Chanel, Louis Vuitton e Burberry, relógios sofisticados da TAG Heuer, além de volumosos malotes de dinheiro em espécie e diversas caixas contendo aparelhos eletrônicos de procedência duvidosa.
As investigações que culminaram na Operação “Falsus Deviatis” tiveram início a partir de representações fiscais lavradas pela Polícia Federal em 2023. Na ocasião, fiscalizações em unidades de redes de comércio de eletrônicos revelaram um cenário preocupante, com a apreensão de uma vasta gama de produtos que não possuíam comprovação fiscal e apresentavam fortes indícios de falsificação.
No decorrer do inquérito policial, a PF desvendou a intrincada estrutura do grupo investigado, composto por três redes de lojas de eletrônicos com forte atuação nos mercados de Cuiabá e Várzea Grande. A sofisticação do esquema incluía a utilização de “laranjas” – pessoas interpostas – para a ocultação da real propriedade das empresas e do vasto patrimônio ilicitamente adquirido com a atividade comercial fraudulenta.
As autoridades policiais informaram que os indivíduos e empresas envolvidos poderão ser responsabilizados por uma série de crimes graves, que incluem descaminho, contrabando, associação criminosa, lavagem de capitais, crimes contra a propriedade de marca e concorrência desleal, além de infrações contra as relações de consumo pela comercialização de produto impróprio para o consumo.
A Operação “Falsus Deviatis” representa um duro golpe contra o comércio ilegal de eletrônicos na região, demonstrando a atuação firme das forças de segurança no combate à criminalidade econômica e à proteção dos direitos do consumidor. As investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e aprofundar o rastreamento do fluxo financeiro da organização criminosa.