A Operação Yang, realizada nesta quinta-feira (3) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), teve como alvo membros da facção criminosa conhecida como “Tropa do Castelar”. Esse grupo, formado por ex-integrantes do Comando Vermelho (CV), buscava aliar-se ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para disputar o controle do crime em Mato Grosso.
Segundo o delegado Gustavo Belão, da GCCO, a facção não avançou na disputa pelo domínio territorial por falta de recursos financeiros. Durante a operação, nenhum valor foi apreendido, o que indica que o grupo estava praticamente falido.
“A facção tentou iniciar o domínio, mas falhou por não dispor de capital financeiro no estado”, afirmou o delegado. Dos 11 alvos da operação, 10 já estavam presos; apenas um foi detido em casa.
De acordo com o delegado Antenor Pimentel, da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), a “Tropa do Castelar” surgiu a partir de dissidências internas do CV. Membros decretados para morte pela facção, ou que tiveram familiares executados, criaram o grupo para tentar sobreviver na disputa pelo poder. Essas dissidências foram, então, abraçadas pelo PCC, buscando reforço contra o Comando Vermelho.
“O tribunal do crime do CV decreta mortes geralmente por cabritagem ou outras infrações, o que faz com que membros expulsos fujam ou formem grupos dissidentes”, explicou Pimentel.
A operação Yang complementa ações anteriores da Polícia Civil em Sorriso, que nos últimos anos vem enfraquecendo o crime organizado no município. Em 2023, a maior operação da cidade, denominada Recovery, cumpriu 123 mandados de busca e apreensão, 56 prisões preventivas, além de outras medidas contra lideranças do crime.
A operação Recovery foi realizada em sete municípios de Mato Grosso, além de ações no Rio de Janeiro. Mais de 500 policiais participaram das ações, que visaram desarticular a associação criminosa envolvida em tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro.
Nas fases iniciais da Recovery, foram bloqueados até R$ 1 milhão em bens e valores ligados aos criminosos. Entre os investigados, havia líderes com condenações no Rio de Janeiro e processos na Justiça estadual e federal do estado, relacionados a diversos crimes graves.