Mato Grosso enfrenta um cenário alarmante de arboviroses em 2025, com a Chikungunya se destacando como a principal causa de óbitos e o número de casos ultrapassando os de Dengue e Zica.
A gravidade da situação foi o foco central de uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (28) pela Assembleia Legislativa, que reuniu autoridades de saúde, governo e sociedade civil em busca de soluções urgentes para conter a progressão dessas doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti.
Os dados apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) revelam um quadro preocupante. Até a 17ª semana de 2025, Mato Grosso já contabiliza 88 mortes por Chikungunya, Dengue e Zica.
A Chikungunya lidera esse triste ranking, com 46 óbitos confirmados e outros 25 sob investigação. O avanço da doença é considerado inédito, com 27.240 casos confirmados nos primeiros três meses de 2025, superando o total de 21.146 casos registrados em todo o ano de 2024.
A Dengue também apresenta números expressivos, com 16.129 casos confirmados no início de 2025, embora ainda abaixo do total de 2024 (39.794).
As internações por dengue grave somam 300 em 2025, e foram registradas 55 mortes suspeitas ou confirmadas pela doença. A Zica, embora com menor número de casos, também demonstra um aumento em relação ao ano anterior, com 513 confirmações em 2025 contra 387 em 2024, incluindo 25 gestantes infectadas.
O relatório da Vigilância Epidemiológica descreve uma sobrecarga nos serviços de saúde, especialmente na rede de atendimento básico, devido ao pico de casos de Chikungunya entre as semanas três e sete de 2025.
Diante dessa emergência, a audiência pública buscou delinear estratégias para diagnóstico, tratamento e prevenção das arboviroses.
Entre os encaminhamentos da audiência, destaca-se a proposta de capacitação dos profissionais de saúde em todos os municípios de Mato Grosso para um manejo mais eficaz das doenças. A questão da vacinação também foi central, com o apelo para que o governo federal priorize o estado no envio da futura vacina contra a Chikungunya, prevista para 2026. A integração entre a Secretaria de Saúde e outras pastas do governo para ações de conscientização e combate ao mosquito Aedes Aegypti também foi defendida.
O estado já recebeu um quantitativo limitado da vacina contra a dengue, priorizando crianças de 10 a 14 anos em municípios com maior incidência de casos graves. No entanto, a meta de vacinação ainda não foi atingida.
A mudança de comportamento da população, com a eliminação de focos do mosquito e o descarte correto de lixo, foi apontada como um fator crucial para a redução das doenças. A expectativa é que a união de esforços entre autoridades, profissionais de saúde e a comunidade possa reverter o cenário preocupante das arboviroses em Mato Grosso.