Estudante de Cuiabá que luta contra o câncer há 4 anos cria vaquinha online para pagar segundo transplante de medula no DF

Fonte: G1 MT

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Foto: Arquivo pessoal

A estudante Rebeca Guarim, de 23 anos, que faz tratamento contra o câncer há cerca de quatro anos, criou uma vaquinha online para conseguir pagar um segundo transplante de medula óssea no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), já que o procedimento não é realizado em Mato Grosso. Ela mora com a família em Cuiabá.

No ano passado, o primeiro transplante de Rebeca, em 2020, foi suspenso, após ter realizado 70% do procedimento, por falta de recursos e insumos no hospital de Brasília. Há um mês e meio, ela conseguiu terminar a cirurgia. No entanto, por determinação dos médicos, ela deverá passar por mais um transplante para tentar evitar a evolução do câncer.

A segunda cirurgia não está sendo realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede privada, o valor do transplante fica em torno de R$ 200 mil, mas, com plano de saúde, ela vai precisar pagar cerca de R$ 78 mil, incluindo a estadia em Brasília.

Segundo a estudante, o procedimento deve ser realizado em agosto deste ano, porque as células tronco do pai dela, que é o segundo doador, já foram colhidas.

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“O que me deixa mais triste é que eu preciso fazer o quanto antes, porque já nasceu novos nódulos na minha axila e sinto muitas dores”, contou.

De acordo com a estudante, os médicos disseram que o câncer é muito agressivo e que, pela idade dela, são fundamentais dois transplantes.

“Tenho muitas dores, pois acabei pegando herpes zoster, então uma parte lateral do meu corpo está cheia de feridas. Os nódulos também doem e tenho febre com frequência. Antes de pegar a herpes, estava me recuperando muito bem, mas depois complicou tudo, parei de comer e estou bem debilitada”, disse.

Nas redes sociais, Rebeca compartilha com os seguidores a luta contra o câncer e também recebe ajuda financeira para conseguir ir para Brasília realizar a cirurgia.

Além da vaquinha, as pessoas que quiserem ajudar devem entrar em contato direto com a jovem por meio das redes sociais.

Luta contra o câncer

Rebeca possui linfoma de Hodgkin, um câncer extremamente agressivo. A jovem descobriu o câncer em 2017, quando estudava medicina, fora do país. Inicialmente, quando apareceu um nódulo na clavícula, ela achou que era apenas uma distensão muscular.

Após alguns meses, foram aparecendo outros nódulos na axila e no pescoço. Ela começou a sentir, constantemente, um cansaço excessivo, e passou a ter febre e anemia.

No final de 2017, Rebeca fez uma biópsia, que confirmou o linfoma. Em seguida, começou a fazer quimioterapia, mas não obteve resultados.

Rebeca realizou mais quatro sessões de quimioterapia e passava o dia todo no hospital, não conseguia dormir, pois se preocupava com os nódulos, que continuavam crescendo.

Junto com uma médica especialista do Hospital de Câncer, em Cuiabá, ela tentou outro tipo de tratamento, a imunoterapia. Os resultados foram surgindo e elas decidiram continuar até conseguir realizar o transplante de medula.

A estudante conseguiu ter acesso ao medicamento, que custa em torno de R$ 28 mil, pela Defensoria Pública do Estado.

Desde 2019, Rebeca era acompanhada por um médico em Brasília. No começo do ano passado, a estudante recebeu a notícia de que podia fazer o transplante.

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Depois disso, criou uma vaquinha online para custear as despesas em Brasília, onde deveria ser realizado o procedimento. Ela teria que alugar um apartamento para ficar enquanto completava o tratamento e estivesse melhor para voltar para Cuiabá.

Rebeca já passou por mais de 90 quimioterapias e já tomou 70 ampolas da medicação da imunoterapia.