Entidades de Mato Grosso denunciam risco de barragem de Colíder à ONU após falhas estruturais

O objetivo final é responsabilizar os envolvidos e garantir a segurança das comunidades e do meio ambiente em Mato Grosso.

Fonte: CENÁRIOMT

Entidades de Mato Grosso denunciam risco de barragem de Colíder à ONU após falhas estruturais

Instituições civis de Mato Grosso protocolaram uma denúncia na Organização das Nações Unidas (ONU) alertando sobre a grave situação da Usina Hidrelétrica de Colíder (UHE Colíder). A denúncia ocorreu após a barragem, de propriedade da AXIA Energia (antiga Eletrobras), ter seu status de segurança elevado de “Atenção” para “Alerta” no mês de agosto, após a constatação de falhas nos drenos.

O nível de “Alerta” representa um risco estrutural elevado, sendo o degrau imediatamente abaixo do “Emergência” (risco iminente de rompimento). Diante da ameaça, a empresa decidiu pelo rebaixamento do reservatório. A medida inicial anunciada seria de 17 metros, mas a empresa afirma que o rebaixamento foi de 5,5 metros, sendo necessário para a avaliação e reparos das falhas. O rebaixamento da água causou a morte de peixes e gerou grandes prejuízos econômicos para os quatro municípios mato-grossenses diretamente afetados pela usina: Itaúba, Colíder, Nova Canaã do Norte e Cláudia.

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O documento enviado à ONU é subscrito por entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens de Mato Grosso (MAB/MT), o Instituto Coletivo Proteja, a Associação Indígena DACE (do povo Munduruku) e o Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad). A denúncia descreve a UHE Colíder como uma “grave e iminente ameaça” que configura uma “emergência socioambiental”, colocando em risco milhares de pessoas, ecossistemas vitais e a sobrevivência de povos indígenas e comunidades tradicionais.

As instituições solicitam que a ONU faça diversas recomendações ao Estado brasileiro. Entre os pedidos, destacam-se a desativação imediata das operações da UHE Colíder até que uma auditoria independente garanta a segurança da estrutura, a garantia de reparação integral dos danos socioambientais causados e a exigência da elaboração de um Plano de Descomissionamento para a desativação segura da usina.

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O documento pede ainda a revisão das licenças de operação de todo o complexo hidrelétrico do Rio Teles Pires e a instalação de um comitê independente para identificar os impactos cumulativos das quatro hidrelétricas instaladas no rio, além da reparação dos danos causados aos povos indígenas. O objetivo final é responsabilizar os envolvidos e garantir a segurança das comunidades e do meio ambiente em Mato Grosso.

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Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.