As chuvas no Pantanal Mato-grossense, somadas a ações do Governo estadual, têm garantido maior acúmulo de água ao longo da Estrada Parque Transpantaneira, na rodovia MT-060, entre o Km 17 e o Km 142, em Porto Jofre. A Unidade de Conservação abrange ainda uma faixa marginal de 300 metros de cada lado da via.
O reforço na retenção hídrica é atribuído aos encabeçamentos realizados em cerca de 40 das 120 pontes da estrada. Segundo o gerente da Estrada Parque, Paulo Abranches, os trabalhos incluíram a retirada de material da caixa de empréstimos, permitindo maior reserva de água para os animais. “O nivelamento também aumentou a visibilidade, reduzindo o risco de acidentes”, destacou o analista ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Além das obras, há monitoramento constante em períodos de seca e chuva. Quando há ausência de água sob algumas pontes, drones são utilizados para localizar corixos e baías próximos com presença hídrica. Abranches explicou que, mesmo durante secas severas, os animais migram para áreas onde ainda há disponibilidade natural de água.
Para acompanhar a fauna, a Sema conta com 15 câmeras traps instaladas em pontos estratégicos da Transpantaneira. As imagens registram não apenas a presença das espécies, mas também comportamentos como reprodução e alimentação, além do estado nutricional dos animais.
Em maio, uma oficina reuniu diversos segmentos para discutir diretrizes do Plano de Manejo da Estrada Parque. Segundo a superintendente de Biodiversidade da Sema, Sanny Saggin, Mato Grosso é o primeiro estado a desenvolver um plano específico para este tipo de unidade. “Trata-se de um processo pioneiro e desafiador, pois não existem metodologias específicas para esse modelo de conservação”, afirmou.
O Plano de Manejo será a principal ferramenta para a gestão sustentável da Estrada Parque Transpantaneira, promovendo o equilíbrio entre uso público e preservação da biodiversidade.
