‘É o mesmo que dizer corta a sua perna que eu corto o meu dedinho’, diz governador de MT sobre proposta de Bolsonaro

Jair Bolsonaro disse que cortaria os tributos federais sobre combustíveis se os governadores aceitarem zerar o ICMS

Fonte: G1MT

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Foto: Tchélo Figueiredo/ SECOM-MT

O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou nesta quinta-feira (6), durante uma visita à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que é contra a proposta do presidente Jair Bolsonaro de que o governo federal vai zerar os tributos federais sobre combustíveis se os governadores aceitarem zerar o ICMS (imposto estadual).

Segundo Mendes, a sugestão é o mesmo que dizer: “Corta a sua perna, que eu corto meu dedinho”.

Ele afirmou que o ICMS sobre os combustíveis representa 25% da receita própria do governo de Mato Grosso e, em contrapartida, o PIS e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) oferecido pelo presidente representam 2% da receita do governo federal. Logo, o impacto no estado é muito maior que o sentido em âmbito federal.

Proposta do presidente

Nessa quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que zeraria os tributos federais sobre combustíveis se os governadores pararem de cobrar ICMS. Ele declarou que seria um ‘desafio’ lançado aos governadores.

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Nos últimos meses, Bolsonaro vem defendendo uma alteração na cobrança do ICMS sobre combustíveis. De acordo com o presidente, o imposto é o responsável pelos altos preços cobrados na bomba ao consumidor. Os tributos federais que incidem sobre combustíveis são a CIDE e o PIS/Cofins.

Na opinião de Bolsonaro, o ICMS devia ser cobrado nas refinarias, e não no ato da venda no posto de combustível, como ocorre atualmente. O presidente argumenta que, pelo sistema atual, os postos aumentam o preço final para compensar o gasto com o imposto.