Detento sobrevive a ataque dentro da Penitenciária Ferrugem em Sinop

Agentes evitaram que um preso fosse morto após ser golpeado com um 'chuço' dentro da Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, em Sinop, na manhã de terça-feira (14).

Fonte: CenárioMT

Detento sobrevive a ataque dentro da Penitenciária Ferrugem em Sinop
Foto: Polícia Penal

Um ataque dentro da Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, conhecida como ‘Ferrugem’, quase terminou em tragédia na manhã de terça-feira (14), em Sinop. Um detento de 33 anos foi brutalmente agredido por outro preso com um artefato improvisado, mas sobreviveu graças à ação rápida dos agentes penais, que intervieram para conter o agressor.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, a tentativa de homicídio aconteceu dentro de uma das celas do presídio, quando o suspeito, de 29 anos, utilizou um objeto pontiagudo — conhecido entre os internos como ‘chuço’ — para golpear a vítima diversas vezes. O homem ferido conseguiu gritar por socorro, o que alertou os policiais penais de plantão.

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Ao perceberem a movimentação, os servidores entraram imediatamente no local e usaram munição anti-motim para impedir que o agressor continuasse os ataques. A vítima foi retirada da cela com ferimentos visíveis, mas estava consciente e foi encaminhada ao Hospital Regional de Sinop, onde recebeu atendimento médico. Segundo informações apuradas, seu estado de saúde é estável e não há risco de morte.

Clima de tensão e aumento das ocorrências

Casos de violência entre detentos têm se tornado mais frequentes nos presídios de Mato Grosso. Dados do Sistema Penitenciário Estadual indicam que apenas em 2024 houve aumento de 27% em registros de agressões internas em relação ao ano anterior, reflexo da superlotação e de disputas entre facções criminosas. A unidade Ferrugem, que abriga mais de mil presos, opera atualmente acima da capacidade projetada.

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Especialistas apontam que o uso de armas artesanais, como o ‘chuço’, é um sintoma da precariedade de fiscalização em algumas alas. Fabricados a partir de pedaços de metal ou plástico endurecido, esses objetos são frequentemente encontrados durante revistas de rotina, mas continuam a circular entre os internos.

Medidas e investigação

Após a intervenção, o agressor foi isolado e levado para a delegacia da Polícia Civil, onde deverá responder por tentativa de homicídio qualificado, conforme prevê o artigo 121 do Código Penal. Internamente, a direção do presídio abriu procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do caso e avaliar possíveis falhas de segurança na cela.

O episódio reacende o debate sobre as condições do sistema prisional mato-grossense e a necessidade de investimentos em segurança e programas de mediação de conflitos dentro das unidades. “A reação imediata dos agentes evitou uma morte, mas o problema é estrutural”, afirmou um servidor que preferiu não se identificar.

As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Penal de Mato Grosso. A administração da penitenciária informou que reforçará o monitoramento interno e intensificará as revistas nas celas nas próximas semanas.

Denúncias sobre irregularidades ou atos de violência em presídios podem ser encaminhadas de forma anônima pelo canal Disque 197 da Polícia Civil.

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