Desvio de R$ 22 milhões em contratos da metamat desmantelado em Mato Grosso

O Poder Judiciário determinou a realização de auditorias complementares para detalhar o prejuízo causado em cada contrato específico e verificar a ocorrência de direcionamento nas licitações.

Fonte: CENÁRIOMT

Desvio de R$ 22 milhões em contratos da metamat desmantelado em Mato Grosso
Desvio de R$ 22 milhões em contratos da metamat desmantelado em Mato Grosso

Uma extensa operação da Polícia Civil de Mato Grosso (PC), denominada “Poço sem Fundo“, desarticulou um esquema criminoso instalado na Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat) desde 2020, que fraudava a execução de contratos de perfuração de poços artesianos. A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) após denúncia do Governo Estadual, revelou um prejuízo estimado de R$ 22 milhões aos cofres públicos.

Conforme informado pela redação do CenárioMT, ação policial, deflagrada nesta quinta-feira (8), cumpriu um total de 226 ordens judiciais, incluindo 30 mandados de busca e apreensão, o sequestro de 49 imóveis e 79 bens móveis, além do bloqueio de valores bancários pertencentes aos investigados e às empresas envolvidas, totalizando o montante do desvio identificado. Adicionalmente, foram implementadas medidas cautelares como o afastamento de servidores públicos de suas funções.

As investigações da Deccor foram iniciadas após o recebimento de informações sobre auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE), que apontaram um significativo desfalque financeiro, estimado em pelo menos R$ 22 milhões, decorrente de irregularidades na execução dos contratos.

As determinações judiciais foram emitidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá contra seis empresas e 24 pessoas físicas, sendo 16 servidores ou ex-servidores públicos e oito empresários. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra.

Entre as medidas judiciais de maior impacto está a suspensão imediata dos pagamentos do Estado às empresas sob investigação, as quais também foram proibidas de firmar novos contratos com a administração pública estadual. A Justiça também autorizou a quebra do sigilo dos dados contidos nos dispositivos eletrônicos dos investigados e determinou o afastamento dos servidores da Metamat de seus cargos.

Outras medidas cautelares diversas da prisão foram decretadas, incluindo a proibição de contato entre os investigados e o impedimento de acesso aos prédios e dependências da Metamat e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Os passaportes dos suspeitos foram recolhidos, e o Judiciário, atendendo a um pedido da Polícia Civil, proibiu o Estado de nomear ou contratar os investigados para exercer qualquer cargo na administração pública estadual.

Detalhes do Esquema de Desvio

As investigações da PC revelaram a existência de uma organização criminosa estruturada na Metamat, com o objetivo de desviar recursos de contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023. O objeto desses contratos era a perfuração de poços artesianos para o abastecimento de água em comunidades rurais de Mato Grosso.

As empresas contratadas tinham a obrigação de construir os poços e garantir a distribuição da água aos moradores. No entanto, as auditorias da CGE constataram diversas irregularidades graves, incluindo a não localização de poços nos endereços indicados, a perfuração de poços sem condições de armazenamento de água e, em casos extremos, a identificação de poços construídos em locais totalmente alheios ao objetivo do programa, como propriedades particulares, áreas de pastagens e plantações, garimpos e até mesmo dentro de uma granja ou em áreas urbanas.

A CGE também identificou falhas significativas na execução e fiscalização das obras, que resultaram no pagamento por serviços não realizados ou mal executados, como a perfuração de poços secos ou improdutivos. A Polícia Civil, citando as auditorias, informou que “as inexecuções parciais dos contratos, pagamentos indevidos e transgressões nos termos das contratações resultaram em prejuízo de pelo menos R$ 22 milhões aos cofres públicos”.

O Poder Judiciário determinou a realização de auditorias complementares para detalhar o prejuízo causado em cada contrato específico e verificar a ocorrência de direcionamento nas licitações.

Sou Dayelle Ribeiro, redatora do portal CenárioMT, onde compartilho diariamente as principais notícias que agitam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Com um olhar atento para os eventos locais, meu objetivo é informar e conectar as pessoas com o que acontece em suas cidades. Acredito no poder da informação como ferramenta de transformação e estou sempre em busca de trazer conteúdo relevante e atualizado para nossos leitores. Vamos juntos explorar as histórias que moldam nosso estado!