Da paixão pelas histórias contadas por policiais aos avanços tecnológicos, servidora conta sua trajetória na Polícia Civil

Fonte: CENÁRIOMT

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A história de Leuza Maria Batista Menezes com a Polícia Civil iniciou 12 anos antes de ela assumir o cargo de analista de desenvolvimento econômico e social na instituição, em 2011. Formada em administração e com pós-graduação na área,  Leuza trabalhava como consultora organizacional quando foi convidada para ministrar um curso na Academia de Polícia (Acadepol), em 1999.

Naquela época, ela relutou em aceitar o convite, mas não imaginava quantas vezes ainda retornaria à instituição. Durante as aulas, a administradora foi surpreendida pelos homens e mulheres, próximos à aposentadoria, com muitas histórias para contar e com grande orgulho em “ser Polícia”.

Em 2001, através de um novo convite, Leuza ministrou aulas no curso de formação de policiais, todos felizes com a nomeação, porém, sem saber o que iriam enfrentar. Leuza recorda que nessa época ela já conhecia as dificuldades da Polícia Civil, a falta de estrutura das delegacias, a precariedade e distância dos municípios do interior.

“Mesmo sendo uma das poucas professoras que não pertenciam efetivamente à instituição, sempre fui acolhida com muito carinho pelos demais e na hora do café, me deliciava com as histórias que cada um tinha para contar, especialmente as aventuras no interior. Foi neste momento que fiz meus primeiros amigos na Polícia Civil”, lembra.

Carreira pública

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Em 2010, Leuza participou do que na época ficou conhecido como “o grande concurso do estado”, que ofereceumais de 10 mil vagas para diferentes áreas de formação e carreiras. Ela passou para o cargo de Técnico de Desenvolvimento Econômico e Social (TDES), com perfil administrador, sendo lotada na Junta Comercial do Estado.

Na época, ela foi uma das primeiras aprovadas no concurso a ser lotada e não estava muito convencida se era isso que realmente queria. Foi neste momento que Leuza brinca ter sido “resgatada” pela Polícia Civil.

“Eu não estava feliz onde estava trabalhando e me questionava se continuaria na carreira pública. Porém, logo as pessoas que eu já conhecia na Polícia Civil ficaram sabendo que eu passei no concurso e se entusiasmaram para me trazer para trabalhar na Polícia, desta vez como concursada”, lembra.

O convite para trabalhar na Polícia Civil veio do então diretor de Execução Estratégica, José Antônio Cavadas Filho, que formalizou o pedido de transferência da servidora, que iria trabalhar na área de desenvolvimento de projetos.

“Eu não o conhecia, fomos apresentados por uma ex-aluna durante um evento do governo, mas eu prontamente aceitei o convite, pois já conhecia a Polícia Civil e tinha um carinho muito grande pela instituição. O pedido de transferência não foi fácil de ser atendido e muitas pessoas ajudaram até que a minha lotação na Polícia Civil saísse”, disse.

De volta à Polícia Civil

Leuza foi lotada na Diretoria Geral da Polícia Civil no dia 1º de novembro de 2011, passando a atuar na Gerência de Projetos e assessorando os diretores com informações relacionadas a projetos, como o PJC+10, Plano Plurianual (PPA), Plano de Trabalho Anual (PTA), preparativos para Copa do Mundo entre outras necessidades que era demandada.

Em meados de 2013, com o fim dos núcleos sistêmicos, surgiram as Unidades de Apoio à Gestão Estratégica (Uage), da qual ela assumiu a responsabilidade, passando oficialmente a atuar com projetos, planejamento organizacional, mudanças na organização da estrutura, além de continuar subsidiando a diretoria com informações utilizadas, principalmente, em reuniões.

Em dezembro de 2014, Leuza decidiu assumir um novo desafio quando foi convidada para trabalhar na Vice-governadoria, onde permaneceu por três anos. “Fui cedida, pois tinha confiança na Polícia Civil. No período em que fiquei fora, em momento algum esqueci onde eu pertencia e sempre estava pronta a ajudar quando precisavam de alguma coisa”, destacou.

Levando em consideração esta ligação entre servidora e a instituição, o convite para retornar para a Polícia Civil ocorreu em 2018, pelo então diretor de Execução Estratégica, Mário Dermeval (atual delegado-geral), quando Leuza estava fechando o gabinete na vice-governadoria e já possuía os requisitos para se aposentar.

“Eu estava sem expectativas e buscava tranquilidade, mas como gostava muito da Polícia Civil resolvi voltar e fui muito bem recebida. A maioria dos colegas da DEE já me conhecia e todos fizeram com que eu me sentisse em casa”.

Geia e Inquérito Eletrônico

Quando retornou, Leuza já conhecia o Sistema Geia e os planos do inquérito eletrônico, mas se surpreendeu com os avanços alcançados nos três anos que ficou fora. Ela conheceu a equipe que estava à frente do trabalho e com quem a empatia foi imediata.

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“O Geia, o inquérito eletrônico não eram coisas novas para mim, eu já conhecia todo o movimento, entoa, tivemos a ideia de escrever o projeto para começarmos a procurar apoio de outras instituições. Doutor Mário se entusiasmou de imediato, assumindo e patrocinando, o que no início parecia uma loucura, e começamos a trabalhar nisso em várias mãos”.

Não demorou muito, Leuza já estava envolvida em várias frentes, absorvendo questões do sistema Geia e atuando quando surge algum problema e situação da sua área de conhecimento.

“O Geia para mim é um parque de diversões. Eu gosto de mexer com informações, pois isso tudo está ligado à área de gestão. Acho ótimo, antes da aposentadoria, ter essa oportunidade de ensinar as novas servidoras, que além de serem ótimas, cuidam de mim”, destaca.

Retorno à Acadepol

Nos últimos dois anos, Leuza teve a oportunidade de retornar à Acadepol, onde iniciou a sua história na Polícia Civil, ministrando aulas na área de gestão no curso de formação para delegados de polícia.

“Sabemos que no interior as coisas são mais complicadas, então a ideia é justamente que os novos policiais, a partir deste momento, saiam da academia com entendimento de gestão dentro da Polícia, tentando buscar recursos e o desenvolvimento das unidades em que estarão lotados”, disse.

Leuza destaca que enquanto estiver feliz com o trabalho que realiza e entender que ainda pode ajudar a instituição, a aposentadoria ficará adiada.

“É bom estar de volta. É ainda melhor ter oportunidade de ver o salto que a instituição está dando, especialmente, em estrutura e tecnologia. Claro, não podemos parar, é preciso muito mais, mas sou testemunha de onde já estivemos e o quanto avançou”, finaliza.