Em Cuiabá, Mato Grosso | A Operação Perfídia foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) para investigar um possível esquema de propina envolvendo vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá. A investigação aponta que uma empreiteira, contratada para obras de drenagem e pavimentação na Avenida Contorno Leste, pagou R$ 250 mil para garantir a aprovação de um projeto que permitiria ao município parcelar dívidas tributárias, beneficiando a empresa.
Dois vereadores foram afastados das funções por 180 dias, e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seus gabinetes. Além disso, dispositivos eletrônicos dos envolvidos foram apreendidos para evitar a destruição de provas. Conversas de WhatsApp e comprovantes de transferências bancárias indicam que a propina teria sido dividida entre os parlamentares, com o objetivo de garantir quórum para a votação do projeto.
A juíza responsável pela decisão indicou a possibilidade de outros vereadores estarem envolvidos no esquema, já que um dos investigados teria mencionado que a propina seria destinada a outros parlamentares. Também foram recolhidos registros de controle de acesso e imagens de câmeras de segurança, além de documentos relacionados à tramitação do projeto.
Embora ainda não se tenha comprovado a participação direta de outros envolvidos, como o engenheiro da empreiteira, a análise dos dispositivos apreendidos pode revelar mais detalhes sobre a origem dos recursos e a estrutura do esquema de corrupção. A investigação também pode identificar outros beneficiários do pagamento ilícito.
A empreiteira HB 20 Construções Eireli, responsável pela obra, teria recebido R$ 4,8 milhões após a aprovação do parcelamento das dívidas. O esquema, segundo as investigações, foi facilitado pela troca de mensagens e encontros dentro da Câmara Municipal de Cuiabá.