Biólogo afirma que jararacas não costumam ficar na água e só atacam para se defender; saiba o que fazer se for picado

Fonte: OLHAR DIRETO

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O caso da médica de Cuiabá, Dieynne Saugo, picada duas vezes por uma jararaca, que desceu junto com a queda d’água da cachoeira Serra Azul, no município de Nobres (a 122 quilômetros de Cuiabá), no último domingo (30), fez os mato-grossenses se questionarem se o animal realmente costuma viver em cachoeiras.

O biólogo pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Davi Soares explicou que as jararacas não costumam ficar na água. No entanto, podem nadar com facilidade.

Os locais onde as jararacas vivem são amplos. Elas podem ser encontradas em cerrado, mata e até em áreas urbanas. “Muitas das áreas que habitam são densamente povoadas, por isso é a principal causa de picada de cobra na região”, afirmou.



Davi diz que ao encontrar uma jararaca, o ideal é não mexer com ela, muito menos tentar capturá-la.

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Segundo o biólogo, a jararaca costuma fugir ao encontrar humanos. Entretanto, ao se sentir ameaçada, ela irá se defender e sua picada é perigosa.

A médica Dieynne que foi ferida pelo animal, teve que ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depois do acidente. Ela também passou por uma cirurgia por conta das complicações das mordidas.

Davi Soares diz que ao observar o vídeo da cobra, é possível ver que ela está desnorteada. “Isso quer dizer que realmente não foi um caso tradicional de encontro. Uma pena”, lamentou.

Em casos de acidentes, como o da médica, ele dá algumas recomendações. “Levar o mais rápido para o hospital; manter a região mordida elevada; nada de garrote (dispositivo usado para barrar a circulação sanguínea); não furar e não chupar veneno; tudo isto é mito”, esclareceu.

Na unidade de saúde, o profissional diz que os médicos irão saber o antídoto correto para cada espécie, conforme os sintomas da pessoa picada.



O acidente

Segundo amigos da vítima, a cobra teria caído da parte de cima da cachoeira dentro da água. Inicialmente surgiu a informação que ela teria sido picada três vezes, sendo no olho, queixo e braço. No entanto, em publicação nas redes sociais da médica, foram confirmadas apenas duas

Após o acidente no domingo (30), os amigos socorreram a médica, mas no caminho para uma unidade de saúde, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) se deparou com eles e finalizou o resgate.

Ainda conforme relato de amigos, a pousada onde eles estavam e a unidade de saúde do município não tinham soro antiofídico. Por conta disso, teve que ser encaminhada para a Capital.

 

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