Bandidos fingem pesquisa da covid para clonar WhatsApp em Mato Grosso

Fonte: CENÁRIOMT COM INF. REPÓRTERMT

11 219

Criminosos de várias regiões do Brasil se transformaram em mais um ‘efeito colateral’ deste período de pandemia do novo coronavírus. Como se não bastassem hospitais cheios e mais de 430 mil mortes no país em decorrência da covid-19, até o momento, os ‘bandidos virtuais’ estão utilizando deste momento tão difícil para aplicar o ‘golpe da pesquisa da covid’, que já está fazendo dezenas de vítimas em Mato Grosso.

O ator André D’Lucca, famoso por dar vida à querida Almerinda, e o deputado Estadual Lúdio Cabral (PT), são apenas dois exemplos de personalidades mato-grossenses que foram alvos desses criminosos.

O crime funciona da seguinte forma: O cidadão recebe uma ligação, geralmente do DDD 11, referente ao estado de São Paulo e ao atender o ‘criminoso’ se apresenta como um ‘pesquisador do Ministério da Saúde’ e pede para a vítima responder algumas perguntas.

Momento em que usam para envolver com perguntas sobre a pandemia do tipo: “Você já teve covid?”, “Já perdeu alguém da família?”, “Conviveu com alguém próximo que teve a doença?”, “A pandemia impactou no seu trabalho?”. Geralmente de três a quatro perguntas, porém, segundo alguns relatos, o falso pesquisador se mostra envolvido com a dor daquela vítima em detrimento do que possa ter sofrido neste período. Tudo apenas para envolver e ganhar confiança.

[Continua depois da Publicidade]

No final da ‘entrevista’ a vítima recebe um código de seis dígitos no celular, momento do ‘xeque-mate’, quando o criminoso avisa para o entrevistado que informe o código para concluir e registrar a pesquisa.

No momento em que o código é informado ao bandido o WhatsApp da vítima é clonado. A partir daí a quadrilha passa a ater acesso às conversas do aplicativo, assim como vídeos, fotos, documentos e todo tipo de arquivo trocado pelo aplicativo.

Vale ressaltar que o Ministério da saúde não está realizando nenhum tipo de pesquisa em relação à pandemia da covid-19 neste momento. Ainda que estivesse, pesquisadores não pedem nenhum código de confirmação aos entrevistados.

Com tantas informações sobre a vítima vários crimes podem ser consumados. Desde chantagens, por acesso a alguma informação pessoal, até pedir dinheiro aos contatos se passando pelo dono daquele número, o que tem acontecido com mais frequência.

D’Lucca relatou toda a tentativa do golpe em sua página do Facebook na última terça-feira (11), onde deu um panorama de como os bandidos agem. Porém, o ator no último momento, talvez por uma intuição mais aguçada, não entregou ao criminoso o código recebido no aparelho celular.

O ator ainda publicou o número “(11) 99803-8524”, utilizado pelos criminosos para tentar o enganar. Ele ainda falou que este mesmo número tentou aplicar um outro golpe a tempos atrás, quando foi enviado um link com vírus também para fazer a clonagem do aparelho.

D’Lucca Ressaltou ainda que após denunciar o golpe da pesquisa da covid nas redes sociais recebeu muitas mensagens de amigos e seguidores contando terem sido vítimas e relatos de como aconteceu.

O deputado Lúdio foi vítima ainda no mês de abril, quando após responder a pesquisa entregou o código para o criminoso. O parlamentar utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa (AL) no dia 14 de abril para relatar o golpe e fazer o alerta.

O delegado Ruy Guilherme Peral da Silva, responsável pela Delegacia Especializada na Repressão de crimes Informáticos (DRCI), contou.

O delegado Ruy Guilherme Peral da Silva, responsável pela Delegacia Especializada na Repressão de crimes Informáticos (DRCI), que investiga várias denúncias desse crime, tanto consumados, quando a vítima caiu no golpe e teve o aplicativo clonado, quanto na forma tentada, quando o cidadão atendeu a ligação da pesquisa, porém, percebeu o golpe e não repassou o código.

[Continua depois da Publicidade]

“Alerta-se à população para que jamais informe a terceiros quaisquer tipos de código recebido no celular. Importante ainda ativar o modo de segurança “verificação em duas etapas” do WhatsApp, pois nesse caso, mesmo que o criminoso tenha acesso ao código de seis dígitos que ele solicita no golpe, ainda vai precisar de um segundo código para ter acesso ao aplicativo”, explicou o delegado.

Modo de segurança verificação em duas etapas

A confirmação em duas etapas é um recurso que o aplicativo oferece para deixar sua conta do WhatsApp mais segura.

Após ativar a confirmação em duas etapas o usuário poderá adicionar seu endereço de e-mail, o que permite que o WhatsApp envie um link para que você possa redefinir seu PIN e, consequentemente, manter sua conta segura.

Para ajudar você a lembrar do seu PIN, o WhatsApp solicitará que você insira seu PIN periodicamente.

Importante explicar que o PIN é um código diferente da senha de seis dígitos de confirmação, àquela que os criminosos pedem no golpe para ter acesso ao aplicativo, que o usuário recebe por mensagem no aparelho celular.

Fui vítima, como recuperar o WhatsApp?

Se perdeu o acesso ao seu WhatsApp, abra o aplicativo novamente, preencha com seu número de telefone e aguarde novo código de confirmação. Em seguida, siga os passos de cadastro solicitado pelo próprio aplicativo.

Porém, se por algum motivo a reativação não der certo, comunique imediatamente ao suporte do WhatsApp que sofreu um golpe. Isso pode ser feito por meio de e-mail ao endereço: support@whatsapp.com.

No campo de assunto preencha com Perdido/Roubado. Na descrição da mensagem solicite a desativação da conta e inclua o número completo no formato internacional, começando com +55 DDD e o número do celular.

A conta será desativada dentro de alguns dias e a vítima terá um mês para reativar novamente.