Dias das Mães: Tamires, mãe do Bernardo e lateral do Corinthians

Artilheira do Brasileiro A-2 2020, Gadu teve que saber lidar com a distância do filho para manter vivo o sonho de ser jogadora profissional.

Fonte: CenárioMT com inf. CBF

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Ser mãe é uma prova de amor. Ser mãe e jogadora de futebol, então, é uma responsabilidade e tanto, para lá de desafiadora. Na elite do futebol brasileiro, 11 mulheres compartilham a maternidade com a carreira de atleta. Para explicar a paixão que as move, a CBF convidou as mães que disputam o Brasileiro Feminino A-1 para, neste dia tão especial, expressar todo seu amor. Conheça agora a história de Tamires, mãe da Bernardo e lateral-esquerda do Corinthians.

Dias das M%C3%A3es Tamires m%C3%A3e do Bernardo e lateral do CorinthiansA relação de Tamires e Bernardo já é muito conhecida no mundo do futebol. Referência quando se trata da lateral-esquerda, tendo no currículo uma Olimpíada e duas Copas do Mundo, a mãe do Bê se desfia todos os dias para conciliar a rotina de atleta de alto rendimento e a maternidade. A chegada do filho representou um breve hiato da carreira nos gramados, foi no retorno que a defensora vivenciou a melhor fase profissional. A partir de então, passou a ser nome frequente nas convocações para a Seleção Brasileira. Com o apoio do seu fã número 1, Tamires se desdobrar para atingir a excelência em campo e na maternidade.

“Meu coração fica quentinho por saber que o meu maior presente conhece o amor mais puro que tem”

Carta de Tamires, lateral do Corinthians, para o filho Bernardo, de 11 anos.

“Ser atleta e mãe é acordar às 6h num pulo só, correr pro quarto do Bernardo e fazer um chamego de bom dia. Meu coração fica quentinho por saber que o meu maior presente conhece o amor mais puro que tem. 

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No caminho para a escola, quando ele não está tirando aquela última soneca, a gente escuta música e ouve as notícias do dia. Quando ele me dá um beijo de despedida e segue o seu caminho para estudar, bate aquele orgulho de mãe coruja. Minha primeira missão do dia está concluída: meu filho sabe que tudo que eu faço é pensando nele, e eu sei que a minha maior força vem desse sentimento incondicional.

O tempo passa rápido demais. Ontem mesmo ele era um bebê, que chegou na minha vida para colocar tudo em perspectiva e ampliar o sentido dela. Hoje, com 11 anos, é um menino com grandes sonhos, que tem um bigodinho crescendo e espinhas no rosto. Ele me ensina todos os dias a aproveitar cada segundo e também tá começando a deixar meus fios loiros esbranquiçados… Ê, “aborrecencia”…

Eu busco sempre passar para ele todos os valores que a minha família prezou. Ser atleta exige disciplina, dedicação, entrega e responsabilidade constante. Ser mãe exige tudo isso, com uma pitada a mais de paciência, carinho, bom humor e jogo de cintura. Às vezes tenho que escutar “nossa, mãe, você tá brava”. E tá tudo bem, faz parte do processo.

Somos mulheres, e, portanto, multitarefas. Mas a verdade é que não existe um manual perfeito com todas as regras.

Enquanto ele está na escola, eu estou em casa me preparando para mais um dia de treinamentos. Gosto de me exercitar, de aprimorar o condicionamento físico e de saber que o investimento no meu esforço vai se transformar em frutos a serem colhidos na hora do jogo. No caso de uma atleta de alto rendimento, essa é a receita: preparação.

Sigo aprendendo todos os dias que a felicidade está no caminho. Enquanto seres humanos vamos errar e acertar, mas o que importa é buscar fazer o melhor a cada dia. Enfim, eu amo ser a mãe do Bernardo e sou apaixonada pelo esporte que prático”