O samba carioca está de luto nesta sexta-feira (8) com a morte do renomado músico Arlindo Cruz, que enfrentava problemas de saúde desde 2017, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Aos 66 anos, ele deixa um legado de mais de 700 músicas que marcaram o gênero.
Arlindo foi figura central no tradicional bloco carnavalesco Cacique de Ramos, onde participou de rodas de samba e dividiu o palco com grandes nomes da música popular brasileira. O Cacique emitiu uma nota oficial manifestando profundo respeito pela perda e destacando que a trajetória do artista é parte essencial da história do samba.
Entre os amigos e parceiros de longa data estão Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, que expressaram suas homenagens publicamente. Zeca lamentou a morte do “compadre, parceiro e amigo” e desejou descanso após anos de sofrimento. Beth destacou a importância da mão que moldou o coração do Brasil e convocou silêncio para a despedida do sambista perfeito.
Outro parceiro importante, Sombrinha, que trabalhou com Arlindo no grupo Fundo de Quintal, relembrou a amizade de décadas e ressaltou o talento único do artista, que deixou um legado imenso e eterno.
“Hoje… o samba entardeceu triste. Perdi meu compadre, meu parceiro. Meu irmão de tantas histórias, uma amizade de longa data. Foi-se um dos maiores poetas do samba. Um gênio da música brasileira. Um instrumentista único, que transformava notas em emoção. O seu legado é imenso… e eterno. Que Deus conforte os familiares, os amigos, e todos que tiveram o privilégio de conviver com você. Nós vamos seguir… cantando seus sambas… Eternamente, Arlindão. O nosso caso é exceção, é sim!”, afirmou Sombrinha.
Mumuzinho, representante de uma geração mais recente, também lamentou a perda e declarou Arlindo como um “pai na música”, destacando seu papel como um artista que quebrou barreiras e inspirou a todos a cantar sem medo.
A escola de samba Império Serrano, que teve papel significativo na carreira de Arlindo, lamentou o falecimento do compositor que assinou 12 sambas-enredo para a agremiação e foi homenageado com um enredo em 2023. A escola ressaltou que Arlindo Cruz é parte da alma do Império Serrano e destacou suas obras-primas que continuam presentes no coração dos fãs.
“Arlindo Cruz é parte da alma do Império Serrano. Compositor genial, cantor de voz marcante e sambista de coração inteiro, ele escreveu páginas inesquecíveis da nossa história. Ao lado de grandes parceiros, Arlindo assinou obras-primas que ecoam nos corações imperianos até hoje, como o inesquecível “O Império do Divino”, de 2006. Ao todo, foram 12 sambas vitoriosos, com inúmeros prêmios”, declarou a escola.
O Clube de Regatas do Flamengo, time de coração do músico, também homenageou Arlindo Cruz, destacando sua importância como ícone do samba, multi-instrumentista e voz marcante da cultura brasileira. A nota enfatizou o orgulho que Arlindo carregava pelo clube e o legado deixado que continuará vivo entre os torcedores e nas rodas de samba.
