Adoniran completa 115 anos com homenagem e legado vivo no samba

Galeria do Rock celebra o centenário e mais 15 anos do compositor com show, curta e exposição em São Paulo.

Fonte: CenárioMT

Adoniran Barbosa
Foto: Reprodução/Pandorafilmes.com.br

Adoniran Barbosa, ícone do samba paulista, completaria 115 anos nesta quarta-feira (6), e recebe uma homenagem especial na Galeria do Rock, em São Paulo. O evento gratuito ocorre no Espaço Arena Galeria a partir das 18h e inclui um pocket show da cantora Marcia Mah, a exibição do curta Saudosa Floresta e uma exposição de objetos pessoais do artista, cedidos pelo produtor cultural Cassio Pardinio.

A animação Saudosa Floresta retrata João Rubinato — nome de batismo de Adoniran — ao lado da ave símbolo nacional, a sabiá-laranjeira. Em meio a temas como desmatamento e falta de moradia, o curta foi produzido por Marcia Mah, o cartunista Barão do Pirapora, o filmmaker Juca Mencacci, o músico Luiz Anthony, Maurício Nogueira e o ator Alexandre Franklin.

Nascido em Valinhos (SP), filho de imigrantes italianos, Adoniran abandonou os estudos cedo para trabalhar em diversos ofícios até se destacar na rádio e na música. Na década de 1940, foi contratado pela Rádio Record como ator e locutor, onde iniciou uma parceria de sucesso com o grupo Demônios da Garoa.

Adotou o nome artístico inspirado em um amigo e no sambista Luiz Barbosa, tornando-se referência da cultura ítalo-paulistana e autor de clássicos como Trem das Onze, Samba do Arnesto e Tiro ao Álvaro.

Seu estilo era marcado pelo uso coloquial da linguagem, aproximando-se do público popular. Músicas como Samba do Arnesto usavam expressões do cotidiano, enquanto outras, como Tiro ao Álvaro, revelavam trocadilhos e lirismo popular.

Algumas composições também abordavam temas sociais, como em Saudosa Maloca, que retrata a dor do despejo e a perda do lar: “Cada táuba que caía, doía no coração”. A canção, lançada em 1951, completa 70 anos em 2025 e é parte central da homenagem realizada na capital paulista.

Adoniran faleceu em 1982, aos 72 anos, vítima de enfisema pulmonar. Seu legado, no entanto, segue vivo na memória cultural brasileira, especialmente entre aqueles que reconhecem sua contribuição única ao samba e à linguagem popular.

Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.