De acordo com o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), oito em cada dez consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada. O Indicador aponta que, em outubro de 2024, do total de negativações, 84,99% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.
Considerando o universo de devedores reincidentes, 60,83% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até outubro; e 24,16% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 15,01%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.
“A queda na taxa de recuperação sugere dificuldades adicionais para os consumidores se manterem em dia com suas obrigações. O recente aumento da Selic tende a elevar os custos de crédito, impactando negativamente a capacidade de pagamento das famílias. A inflação e o alto nível de endividamento das famílias, juntamente com as despesas de fim de ano e com as contas extras do início de 2025 criam um ambiente financeiro ainda mais desafiador”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 75,5 dias, ou seja: depois de 2,5 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.
Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em outubro de 2024, houve uma queda de ‐14,89% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.
“Estamos próximos a um período com mais dinheiro entrando na economia com o pagamento do 13º salário e com a abertura de empregos temporários. É preciso que o consumidor priorize o pagamento das dívidas e se planeje para as despesas extras e início de ano. No dia 21 de novembro, o SPC Brasil promove um Feirão com descontos de até 99% nas dívidas. É uma ótima oportunidade para renegociar com os credores e tirar o nome da inadimplência. Lembrando que é fazer negociações que realmente caibam no orçamento e não comprometam o pagamento das contas básicas para que o acordo seja realmente cumprido”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em outubro foi da faixa de 30 a 39 anos (26,24%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,40% mulheres e 46,60% homens.
O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,23% da população adulta.
Volume de brasileiros que quitaram dívidas cai -6,74% em outubro
Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em outubro de 2024, houve queda de ‐6,74% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.
A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 91 dias a 1 ano (‐16,45%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.
Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em outubro foi da faixa de 50 a 64 anos (24%).
A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,70% mulheres e 48,30% homens.
Em outubro de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.252 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 59,61% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.