Durante a COP30, em Belém, foi lançada a Declaração pela Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima, iniciativa liderada pelo Brasil e apoiada por 11 países. O documento faz parte da Iniciativa Global pela Integridade da Informação, criada em parceria entre o governo brasileiro e a UNESCO, com o objetivo de enfrentar a desinformação climática e promover debates baseados em evidências científicas e cooperação internacional.
A coalizão reúne governos, organismos multilaterais, sociedade civil, academia e setor privado em ações conjuntas para garantir a transparência e a circulação de informações confiáveis sobre o clima. Esta é a primeira COP a incluir a integridade da informação como tema central da agenda de ação, com dois dias de programação voltados ao assunto, destacou João Brandt, secretário de Políticas Digitais da Secom.
Além do Brasil, participam da coalizão Canadá, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Espanha, Suécia, Uruguai e Holanda. O grupo se compromete a proteger a liberdade de expressão e de imprensa, ao mesmo tempo em que estimula políticas que combatam conteúdos falsos e distorcidos sobre as mudanças climáticas.
O embaixador francês Benoít Faraco ressaltou que o combate à desinformação exige colaboração ampla, envolvendo governos, cientistas, empresas e organizações da sociedade civil. “Não há solução única para esse desafio. É uma luta conjunta pela verdade e pela ação climática”, afirmou.
Segundo Brandt, o documento abrange não apenas a desinformação e o negacionismo, mas também desafios estruturais, como as condições para o jornalismo investigativo e a segurança dos profissionais da imprensa. Ele destacou que o Brasil já realiza iniciativas concretas, como uma chamada pública apoiada pelo Fundo da Unesco, que selecionou dez projetos entre 500 inscritos para receber investimento de US$ 1 milhão.
Os países signatários esperam ampliar a coalizão e reforçar o debate sobre novas formas de financiamento para iniciativas que assegurem a integridade da informação climática. A medida representa um passo decisivo na defesa da verdade científica e da transparência nas políticas globais de enfrentamento às mudanças do clima.


















