Extrativistas marcham em Belém por reconhecimento na proteção florestal

Centenas de lideranças extrativistas percorreram as ruas da capital paraense, destacando a importância de seus territórios na mitigação das mudanças climáticas.

Fonte: CenárioMT

Extrativistas marcham em Belém por reconhecimento na proteção florestal
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Com o lema “a morte da floresta é o fim da nossa vida”, centenas de extrativistas de diferentes biomas brasileiros marcharam pelas ruas de Belém na tarde desta quinta-feira (13), defendendo direitos territoriais e o papel das reservas de uso sustentável no equilíbrio ecológico e na preservação ambiental.

O ato, chamado Porongaço dos Povos da Floresta, reuniu seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, pescadores artesanais, quebradeiras de coco e outras comunidades tradicionais.

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As ruas da capital foram iluminadas pela chama das porongas, lamparinas tradicionais usadas pelos seringueiros, simbolizando a luta histórica do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), fundado em 1985.

O movimento ganhou força nos seringais do Acre, na década de 1970, sob a liderança de Chico Mendes, fortalecendo a voz política dos extrativistas diante da violência e do desmatamento.

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Organizado como atividade paralela à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o percurso teve início na Praça Eneida de Moraes e terminou na Aldeia Cabana, no bairro Pedreira.

Segundo Letícia de Moraes, vice-presidente do CNS, “as populações extrativistas compreendem o território como extensão do corpo. Se a floresta ou os rios não estão bem, nós também não estamos”.

Ela destacou que os territórios sob gestão das comunidades tradicionais são os que mantêm a floresta viva. No Brasil, esses projetos protegem mais de 42 milhões de hectares, equivalentes a 5% do território nacional, e armazenam cerca de 25,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde a aproximadamente 11 anos das emissões brasileiras.

Durante a COP30, as comunidades estão representadas por Joaquim Belo, que busca incluir os serviços ecossistêmicos prestados pelos extrativistas nas metas de mitigação climática.

Ao final da marcha, o CNS entregou à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, um documento com demandas para que reservas extrativistas e territórios tradicionais sejam formalmente reconhecidos nas políticas climáticas nacionais e internacionais.

O texto solicita prioridade em políticas de adaptação e mitigação, investimentos contínuos em proteção territorial, apoio à gestão comunitária e incentivo a práticas sustentáveis de uso da floresta.

Em discurso, Marina Silva reforçou a importância desses guardiões da floresta, ressaltando que a tecnologia dessas comunidades é seu próprio modo de vida, que protege a biodiversidade e sequestra carbono, mas enfatizou a necessidade de políticas públicas ampliadas.

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