No segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, ativistas ligados à Climate Action Network (CAN) protestaram nos corredores da zona azul para exigir a criação de um instrumento multilateral que fortaleça a transição justa.
O chamado Mecanismo de Ação de Belém (BAM) visa coordenar esforços globais, estabelecer uma linguagem comum, compartilhar conhecimento e facilitar o acesso a financiamento e tecnologia, com base em princípios de direitos humanos, equidade e inclusão.
Kevin Victor Buckland, da CAN, ressaltou que, apesar do avanço dos textos e negociações, as ações concretas ainda não acompanham as promessas. “O financiamento prometido há anos não foi pago. Os países ricos alegam falta de recursos, enquanto a riqueza de bilionários continua a crescer. O problema é a falta de justiça”, afirmou.
A CAN articula mais de 1,9 mil organizações da sociedade civil em 130 países, que trabalham para enfrentar a crise climática e pressionar pela responsabilidade histórica dos maiores emissores de gases de efeito estufa.
Durante a ação, dezenas de manifestantes carregaram cartazes com palavras de ordem como transição justa, direitos, equidade e justiça. Buckland destacou que, mesmo em um cenário de forte lobby dos combustíveis fósseis, a mobilização criativa da sociedade civil é uma forma de influenciar negociações e narrativas globais.
Realizada pela primeira vez na Amazônia, a COP30 busca retomar o tema das mudanças climáticas no centro das prioridades internacionais. Para os ativistas, a transição justa representa uma oportunidade de reverter desigualdades históricas e combater os efeitos da pobreza e da exploração global.
Entre os principais tópicos da conferência estão a capacitação de países pobres, transferência de conhecimento para redução de emissões e a definição de indicadores de adaptação climática para proteger comunidades vulneráveis de eventos extremos, como tornados, furacões, enchentes e secas. A COP30 segue até 21 de novembro em Belém.


















