A Prefeitura de São Paulo cancelou a realização da Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei), prevista para iniciar na próxima quarta-feira (6), na Praça das Artes. O evento, realizado desde 2018 com entrada gratuita, teve seu contrato de uso do espaço público anulado a menos de uma semana da abertura.
Segundo os termos do acordo, qualquer rescisão deveria ser comunicada com pelo menos 15 dias de antecedência, o que não ocorreu. A Fundação Theatro Municipal, vinculada à prefeitura, justificou a decisão afirmando que os organizadores pretendiam utilizar o espaço público com fins políticos e eleitorais.
De acordo com nota oficial, a programação da feira apresentava conteúdo com “viés ideológico” e fugia do propósito cultural original. “A fundação suspendeu o evento por entender que seus organizadores usariam uma estrutura pública para interesses políticos e eleitorais”, declarou o órgão.
Os organizadores da Flipei classificaram o cancelamento como censura. Em comunicado publicado nas redes sociais, anunciaram que irão adotar medidas judiciais e políticas contra a Fundação Theatro Municipal, sua diretoria, a Secretaria de Cultura e a gestão municipal.
A programação da Flipei 2025 será mantida em novos locais. As atividades serão redistribuídas entre o Espaço Cultural Elza Soares, o Armazém do Campo, o Instituto Luiz Gama e o bar Sol y Sombra, na Rua Treze de Maio.
A edição deste ano deve reunir 220 editoras, mais de 40 debates nacionais e internacionais, além de shows, bailes, atividades infantis e lançamentos de livros. Segundo os organizadores: “A Flipei 2025 vai acontecer, nos mesmos dias, mesmos horários, em outros espaços da resistência de São Paulo”.
