Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou a necessidade de planejamento para enfrentar as mudanças climáticas e promover uma transição energética justa. Durante a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, Marina admitiu as contradições nos investimentos em petróleo, enfatizando que são desafios presentes em todo o mundo e que o governo está disposto a superá-los.
Ela lembrou o compromisso firmado na COP28, em Dubai, para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, liderado por países ricos, com os em desenvolvimento seguindo o mesmo caminho. Para a ministra, é essencial ter um plano estruturado para essa transição, evitando enfrentar o problema sem preparo.
Marina também ressaltou resultados obtidos pelo Brasil, como a redução de 46% no desmatamento na Amazônia e de 32% no país, evitando mais de 400 milhões de toneladas de CO₂, ao mesmo tempo em que a agricultura cresceu 15%, a renda per capita subiu mais de 11% e mais de 300 mercados foram abertos para produtos agrícolas brasileiros.
Defendendo o papel do país como líder ambiental, Marina cobrou financiamento robusto por parte de nações desenvolvidas, lembrando que a COP29 definiu meta de US$ 300 bilhões anuais para ajudar países em desenvolvimento a combater e mitigar a crise climática — abaixo do objetivo inicial de US$ 1,3 trilhão. Ela reforçou que a COP30, sob presidência brasileira em Belém, será voltada para a implementação de metas ambiciosas e financiamento consistente.
A ministra citou ainda iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que busca captar US$ 4 bilhões anuais para preservar florestas em 70 países, combinando recursos públicos e privados. Também mencionou políticas para remunerar propriedades rurais com reserva legal excedente e outras estratégias econômicas voltadas a combater mudanças climáticas, desertificação e perda de biodiversidade, gerando emprego e renda no campo.