Lula defende novo modelo de financiamento para desenvolvimento

O presidente brasileiro cobra mudanças nas instituições financeiras internacionais para facilitar empréstimos a países mais pobres sem exigir austeridade.

Fonte: CenárioMT

Lula defende novo modelo de financiamento para desenvolvimento
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que instituições financeiras internacionais busquem novas formas de financiar o desenvolvimento sustentável, sem impor condicionalidades ou políticas de austeridade que limitem investimentos, sobretudo nos países mais pobres. Segundo ele, não se trata de doações, mas de empréstimos que ofereçam oportunidade real de superar a miséria.

Lula discursou na reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, no Rio de Janeiro. O evento reuniu ministros de finanças, conselheiros do banco e líderes empresariais como preparação para a Cúpula de Líderes do Brics. Ele cobrou o fim de exigências que, segundo afirmou, agravaram desigualdades, enriquecendo poucos e empobrecendo a maioria.

O presidente criticou o impacto das dívidas em países africanos, destacando que o continente deve cerca de US$ 900 bilhões e muitas vezes paga mais em juros do que investe em desenvolvimento. Ele também citou o Haiti como exemplo de injustiça histórica por ter sido forçado a pagar à França pela sua independência. “Não é aceitável que um país continue destruído e incapaz de eleger um presidente porque está refém da violência”, disse.

O NDB foi criado em 2014 para oferecer uma alternativa aos organismos financeiros tradicionais e apoiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade em países emergentes e em desenvolvimento. Desde 2016, o banco tem sede em Xangai e hoje é presidido por Dilma Rousseff. Segundo Lula, 40% dos financiamentos devem ser destinados a iniciativas sustentáveis, com mais de 120 projetos já aprovados, somando US$ 40 bilhões em áreas como energia limpa, saneamento e transporte.

Ele defendeu ainda o uso de moedas locais para reduzir a dependência cambial e mencionou o interesse brasileiro em projetos como o estudo de viabilidade de um cabo submarino de dados ligando os países do Brics. Para Lula, o NDB simboliza que uma nova arquitetura financeira global é viável, capaz de promover um modelo de desenvolvimento mais justo e inclusivo.

Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, signos, horóscopo e oráculos. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.