A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, inicia nesta segunda-feira (13) uma missão oficial à China para discutir investimentos estratégicos e a integração entre a América do Sul e a Ásia por meio do Pacífico. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanha a comitiva para conhecer o hospital inteligente da província de Zhejiang, modelo que será adaptado ao Brasil.
A viagem, que se estende até o dia 17, inclui uma visita ao Porto de Xangai, ponto essencial no projeto Rotas de Integração Sul-Americana. O programa brasileiro busca otimizar o transporte e fortalecer o comércio com países vizinhos e asiáticos, conectando diferentes regiões por meio de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos.
Operado pela Shanghai International Port Group, o Porto de Xangai é ligado a mais de 700 portos em 200 países e mantém conexão direta com o Porto de Chancay, no Peru, integrante da rota bioceânica promovida pelo Brasil. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), a rota de Chancay reduz custos logísticos e o tempo de navegação ao evitar canais com pedágios altos, como Suez e Panamá.
O governo destaca que a rota via Pacífico é a mais eficiente para exportações ao mercado asiático, com distância de 17.230 quilômetros, tempo de viagem de 27 dias e custo estimado em US$ 80 por tonelada. Além disso, apresenta menor emissão de gás carbônico por tonelada de combustível.
Durante a missão, os ministros também terão encontros com empresários e investidores chineses.
Hospital inteligente
A visita ao Zhejiang Hospital busca inspirar a criação do primeiro hospital inteligente do SUS no Brasil. O projeto, avaliado em US$ 320 milhões, foi aprovado pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), do BRICS, e prevê construção, compra de equipamentos e capacitação profissional.
Desenvolvido em parceria pelos ministérios da Saúde e do Planejamento, o plano tem como meta criar um modelo hospitalar nacional baseado em inteligência artificial, telessaúde e automação. A iniciativa, segundo o MPO, une cooperação tecnológica e financiamento internacional, com experiências bem-sucedidas da China no setor.
O projeto segue na fase de preparação para aprovação final pelo NDB. A coordenação é conduzida pela Secretaria de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO, em conjunto com a Secretaria do Tesouro Nacional, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e o Ministério da Saúde.
O Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil) será instalado em São Paulo, no complexo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, integrando avanços médicos e tecnológicos do Brasil, China e demais países do BRICS.