A ofensiva contra os desvios bilionários que atingiram aposentados e pensionistas em todo o país ganhou um novo capítulo com a prisão do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Para a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), responsável por propor a CPMI que revelou o esquema, a ação representa um marco simbólico e jurídico dentro das investigações. “É o começo da justiça sendo feita e, claro, da efetividade da nossa CPMI”, afirmou nesta quinta-feira (13).
A comissão tem desvendado aquilo que parlamentares consideram um dos maiores — senão o maior — esquemas de irregularidades envolvendo a Previdência Social. Stefanutto é suspeito de integrar a rede responsável por operar desvios que ultrapassam a casa dos bilhões.
Congresso pode ingressar no STF como amicus curiae
No mesmo dia da prisão, a CPMI aprovou requerimento de autoria da deputada para que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal ingressem como amicus curiae na ADPF 1.236, em tramitação no Supremo Tribunal Federal. A iniciativa busca reforçar o papel do Legislativo na revisão do acordo firmado entre o governo federal, o INSS e demais instituições, que estabeleceu as regras de ressarcimento às vítimas de descontos indevidos.
Segundo o pedido encaminhado aos presidentes Hugo Mota e Davi Alcolumbre, a participação do Congresso é essencial para garantir mais transparência, ampliar prazos e assegurar que todos os beneficiários tenham seus direitos reconhecidos e devidamente pagos.
“A casa começou a cair”, afirma deputada
Para Coronel Fernanda, a prisão confirma a importância do trabalho desenvolvido pela CPMI nos últimos meses. A parlamentar relembra que foi autora da comissão instalada justamente para expor o funcionamento interno de um esquema que, segundo ela, operava com ramificações em diferentes frentes dentro do INSS.
“Eu fui a autora da CPMI que descobriu o modus operandi do maior esquema de corrupção já visto dentro do INSS. A casa começou a cair! Essa prisão mostra a importância da CPMI que propus na Câmara. É o começo da justiça sendo feita e nós vamos até o fim!”, declarou.
Bilhões desviados e ressarcimento lento
Dados da Advocacia-Geral da União (AGU) apontam que mais de R$ 6 bilhões foram desviados de aposentados e pensionistas, enquanto apenas R$ 2,4 bilhões foram devolvidos até agora — um percentual considerado baixo por parlamentares e órgãos de controle. Coronel Fernanda afirma que muitos beneficiários sequer sabem que foram lesados e ainda não solicitaram o ressarcimento.
“Esse requerimento aprovado é mais um passo para garantir justiça e reparação aos aposentados. É preciso corrigir distorções e permitir que todos tenham acesso ao que é seu por direito”, reforçou.
Reações políticas e apelo à sociedade
A deputada também responsabilizou o governo federal e entidades ligadas ao setor por permitirem a escalada do esquema. “Essa CPMI está escancarando a corrupção do governo Lula e a ativa participação do PT e de sindicatos. Agora, é preciso que a sociedade una forças com seus representantes e dê um basta nesse Brasil que estamos vivendo”, afirmou.
Coronel Fernanda ainda convocou os brasileiros a acompanharem o trabalho da comissão: “Assim como eu tive a coragem e a determinação de propor essa CPMI, agora é hora de toda a sociedade exigir, cobrar e dizer basta. O Brasil precisa reencontrar o caminho da verdade e da justiça.”
Outras prisões relacionadas ao esquema
Além de Alessandro Stefanutto, outros nomes já haviam sido detidos durante o avanço das investigações:
- Vinícius Ramos da Cruz
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Neto
- Thaisa Hoffmann Jonasson
- André Paulo Félix Fidelis
- Tiago Abraão Ferreira Lopes
- Cícero Marcelino de Souza Santos
- Carlos Roberto Ferreira Lopes
- Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior
Antonio Carlos Camilo já estava preso anteriormente.















