Após críticas, Conselho Nacional de Educação admite ampliar debate sobre novo currículo de geografia

Para Associação dos Geógrafos, mudanças afetam mercado de trabalho e ensino da disciplina

Fonte: Redaçao CenarioMT com inf. Ag. Câmara

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Joaquim Neto (no telão) prometeu ampliar o debate antes de decisão definitiva

O Conselho Nacional de Educação (CNE) admitiu ampliar o debate sobre as novas diretrizes curriculares nacionais (DCNs) da geografia, após entidades de geógrafos denunciarem “processo antidemocrático e autoritário” na atual revisão.

O presidente da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, deputado Pedro Uczai (PT-SC), sugeriu seminário nacional para avaliar teoria e método antes de eventuais mudanças.

O tema foi discutido em audiência pública da comissão nesta terça-feira (9). A revisão curricular no CNE começou em 2020, em resposta a inquérito civil do Ministério Público de Minas Gerais. Novas diretrizes chegaram a ser elaboradas e submetidas a consulta pública, porém, sem diagnóstico prévio do ensino e “sem a participação de todos os estudantes, profissionais, departamentos, cursos e entidades de geografia”, conforme crítica apresentada em carta aberta da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB).

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O relator do tema no CNE, Joaquim Soares Neto, reafirmou que a revisão é necessária diante de um currículo que está em vigor desde 2002. Porém, anunciou que vai ampliar o debate antes de decisão definitiva.

“Este relator já está realizando as seguintes ações: indicação para a comissão responsável pelas DCNs e para a Câmara de Educação Superior (CES) da necessidade do aprofundamento das discussões. Isso significa que este relator não vê as condições, neste momento, para discussão na CES”, declarou.

Para facilitar e aprofundar o diálogo entre os vários setores interessados, o deputado Pedro Uczai sugeriu um seminário nacional, na segunda quinzena de novembro, em busca do diagnóstico da geografia no Brasil. “É para discutir teoria e método e fazer o debate da necessidade ou não de revisão. E, se houver necessidade de revisão, o que seria revisado nas diretrizes curriculares”, afirmou.