Carta do Pantanal reforça compromisso global na COP 30

Audiência em Cáceres valida documento que leva à COP 30 propostas para proteger o bioma Pantanal.

Fonte: da Redação

Carta do Pantanal reforça compromisso global na COP 30
Carta do Pantanal reforça compromisso global na COP 30 - Foto: ALMT

Em Cáceres, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou nesta terça-feira (11) a 7ª edição da audiência pública “Dia Estadual do Rio Paraguai”, com o tema “Vozes do Pantanal: Rio Paraguai/Pantanal Vivo”. O evento marcou a validação da Carta do Pantanal à COP 30, que será entregue à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a conferência climática em Belém (PA).

Idealizado pelo deputado Lúdio Cabral, o encontro reuniu representantes de comunidades tradicionais, pesquisadores e ambientalistas para debater a preservação do bioma e o fortalecimento de políticas sustentáveis. A carta simboliza um pacto coletivo pela regeneração ambiental e justiça climática, construída com contribuições de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

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Propostas e compromissos do documento

Entre as ações propostas estão:

  • Criação de um Fundo Internacional de Restauração e Governança das Águas do Pantanal;
  • Fortalecimento da bioeconomia pantaneira;
  • Implementação de políticas de transição ecológica justa baseadas na união entre ciência e saberes tradicionais.

Segundo Cabral, o documento representa um avanço na mobilização popular e reforça o papel das comunidades pantaneiras na defesa do território. “As populações locais estão construindo alternativas sustentáveis de renda, com produção artesanal e alimentos saudáveis. Isso garante preservação e reduz desigualdades”, afirmou.

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Vozes do Pantanal

Para o professor e ambientalista Ernandes Sobreira, coordenador da COP Pantanal, a carta expressa o sentimento e o conhecimento de quem vive e protege o bioma. “É um grito coletivo pela vida e pelas águas. O Pantanal fala ao mundo sobre a urgência de cuidar da nossa casa comum”, destacou.

Sobreira informou que a comitiva mato-grossense participará de mesas de debates sobre bioeconomia e sustentabilidade antes da entrega oficial à ministra. O documento também será encaminhado a outros ministérios, como o da Agricultura, do Desenvolvimento Social e da Saúde, reforçando sua dimensão intersetorial.

Preservação e economia sustentável

A engenheira florestal Suely Menegon Bertoldi ressaltou que o estado é exemplo de conciliação entre produção e conservação ambiental. “Cerca de 60% do território está preservado, mostrando que é possível produzir e conservar”, afirmou. Ela defendeu ampliar o pagamento por serviços ambientais, reconhecendo quem protege nascentes e reservas legais.

Um chamado à ação

A Carta do Pantanal propõe ainda a restauração de nascentes, o manejo sustentável do fogo e o apoio a negócios de impacto social e ambiental. O texto encerra com uma mensagem simbólica: “Regenerar o Pantanal é regenerar a nós mesmos. Enquanto houver Pantanal, haverá futuro.”

O evento contou com apresentações culturais do grupo de dança Bacuri e dos povos originários Balatipones, reforçando a representatividade das comunidades pantaneiras. A entrega da carta à COP 30 busca projetar internacionalmente a importância do bioma e fortalecer o compromisso global com sua preservação. Comente sua opinião sobre o papel do Pantanal na agenda climática!

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Criador de conteúdo especializado em jogos, tecnologia e notícias de Mato Grosso, é redator no CenárioMT e atua também como analista de TI. Desenvolve projetos de game design no tempo livre. Contato para pautas sobre Mato Grosso: [email protected]