Com expectativa ser ainda maior do que a realizada em 2018, a grave dos caminhoneiros poderá ser desencadeada nesta segunda-feira, 1º de fevereiro de 2021. O atual cenário ocasionado pela pandemia do novo Coronavirus (Covid-19) poderá impactar ainda mais, caso realmente a greve inicie.
O governo federal bem que tentou amenizar, porém, as tratativas não agradaram a toda a categoria, que ameaça seguir em frente com a paralização, que está sendo motivada, entre outros fatores, pelo aumento do óleo diesel e descumprimento do valor mínimo do frete.
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Em entrevista ao portal R7, o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil – ANTB – José Roberto Stringasci comentou que “Nós estamos apoiando a categoria, os motoristas autônomos e os nossos sócios, que estão penando e sofrendo”. A ANTB representa cerca de 4.500 motoristas.
“A greve é uma forma de expressar nosso grito de dor e manifestar que não estamos mais aguentando”, declara o líder dos caminhoneiros autônomos Marconi França, que lamenta os “desrespeitos” às conquistas da categoria relacionadas às leis que estabelecem piso mínimo do frete, vale-pedágio e direito a estadia. “Vamos reivindicar aquilo que é nosso por direito.”, afirmou ao R7.
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Na contramão de França e Stringasci, o presidente da Fenacat (Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores), Luiz Carlos Neves, diz que não há nada de concreto a respeito da paralisação. “Esse pessoal que está provendo essa greve tenta usar o caminhoneiro como massa de manobra para desestabilizar o governo”, avalia ele, que garante não ter recebido manifestações a favor do movimento de nenhuma associação filiada.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo na tentativa de impedir a paralisação. “Não façam isso. Todos nós vamos perder. Você vai causar um transtorno na questão da economia, porque estamos vivendo uma época de pandemia”, pediu ele.
Após o início dos rumores, governo aumentou, de 2,34% para 2,51%, os preços mínimos de frete rodoviário, zerou a tarifa de importação de pneus para transporte de cargas e, inclusive, incluiu os caminhoneiros no grupo de prioridades para o recebimento das vacinas contra covid-19.
Ao comentar o reajuste no valor do frete, o presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, o Chorão, avaliou que a medida seria insuficiente para impedir a greve.
Para França, as recentes sinalizações de Bolsonaro demonstram que ele tem conhecimento dos problemas enfrentados pelos motoristas. “Mais de 90% dos caminhoneiros fecharam com esse cara, ajudaram na eleição dele e, depois de eleito, ele virou as costas para a categoria”, avalia ele.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) diz que não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e assume compromisso do setor transportador com a sociedade. “Se houver algum movimento dessa natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do país, desde que seja garantida a segurança nas rodovias”, destaca a entidade.
Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirma que “não há uma única entidade de classe representativa para falar em nome do setor do transporte rodoviário de cargas autônomo” e avalia que declarações feitas em relação à categoria correspondem a “posições isoladas”.
“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria”, destaca a pasta, que diz manter uma “agenda permanente de diálogo com as principais entidades representativas da categoria”.