São Paulo, Brasil – Dr. Fabiano de Abreu Agrela, um pós-doutor em neurociências e presidente da ISI Society, uma das mais exclusivas sociedades de alto QI do mundo, abordou recentemente um fenômeno pouco discutido, mas que afeta muitos superdotados: a “intolerância à fantasia” em relação a desenhos animados como Hot Wheels e Toy Story.
“Sempre me senti desconfortável com animações onde objetos inanimados, como carros ou brinquedos, assumem personalidades e falam”, explicou Dr. Fabiano. “Esta reação não é simplesmente uma questão de gosto pessoal; tem raízes profundas na neurobiologia e, possivelmente, na genética.”
Dr. Fabiano, que também é membro da Mensa International e da Triple Nine Society, teoriza que o desconforto se origina da maneira como cérebros superdotados processam informação. “Nossos cérebros estão configurados para buscar padrões, lógica e coerência. Quando somos expostos a cenários que desafiam essas expectativas, como um carro falante, há uma dissonância cognitiva que pode ser bastante perturbadora”, detalhou.
Ele explica que superdotados frequentemente possuem uma sensibilidade sensorial ampliada, o que pode fazer com que a cacofonia de cores, sons e narrativas em desenhos animados se torne um estímulo excessivo. “Além disso, há uma necessidade inata de profundidade e complexidade. Desenhos que se baseiam em fantasias simples ou humor infantil podem não oferecer o que precisamos para manter nossa mente engajada”, acrescentou.
A discussão sobre a “intolerância à fantasia” ganha relevância no contexto educacional e de entretenimento, onde a diversidade cognitiva está começando a ser mais reconhecida. “É crucial que educadores, pais e criadores de conteúdo compreendam que o que pode ser divertido para muitos pode ser uma fonte de desconforto para outros. Isso não é um problema a ser corrigido, mas uma diferença a ser respeitada”, afirmou Dr. Fabiano.
O cientista, que também é autor de mais de 300 estudos e 29 livros, propõe que a indústria de animação poderia explorar mais narrativas que atendam a esta demografia. “A fantasia pode ser um campo rico para a exploração intelectual, mas deve ser feita de maneira que ressoe com a complexidade da mente superdotada. A educação e a empatia são ferramentas chave para este entendimento.”
Dr. Fabiano de Abreu Agrela concluiu afirmando que, ao reconhecer e adaptar-se a essas diferenças, podemos criar um mundo onde entretenimento e educação sejam inclusivos para todo tipo de mente. “Afinal, a diversidade cognitiva é uma riqueza, não um desafio”, finalizou ele, deixando claro que seu desconforto com certos tipos de desenhos animados é, na verdade, um lembrete da singularidade da mente superdotada.